As mortes decorrentes de acidentes de trânsito na cidade de São Paulo atingiram, no último mês, o maior patamar em seis anos. Foram 66 ocorrências em fevereiro, alta de 53% na comparação com o mesmo período do ano passado (43). É o maior número desde 2017, quando foram notificados 69 óbitos nesse mesmo recorte.

A alta é puxada principalmente por acidentes fatais envolvendo automóveis e pedestres, como atropelamentos. As mortes envolvendo motociclistas seguem como as mais recorrentes, mas tiveram pouca oscilação no período. Os dados são do Infosiga, sistema do governo paulista que reúne informações sobre acidentes de trânsito.

Os óbitos de motoristas e passageiros de automóveis chegaram a 18 no último mês na capital paulista. O número, que representa aumento de 350% em relação ao mesmo mês do ano passado (4), é também o mais alto da série histórica do Infosiga, que reúne dados desde 2015.

Em paralelo, as mortes de pedestres em decorrência de acidentes de trânsito subiram de 15, em fevereiro do ano passado, para 23, no último mês. Os atropelamentos que resultaram em mortes foram de 17 para 26 no mesmo recorte, uma variação de 53%.

Ainda de acordo com dados do governo estadual, foram 19 acidentes envolvendo motos em fevereiro deste ano, ante 18 no mesmo período do ano passado. As mortes desse tipo seguem sendo as recorrentes, mas no último mês dividiram espaço com as ocorrências envolvendo motoristas e passageiros de automóveis.

No Estado, não houve oscilação expressiva. Foram 356 mortes no trânsito em fevereiro deste ano, ante 355 no mesmo mês do ano passado. Além disso, não foi observada a mesma tendência observada na capital paulista. Os casos envolvendo motoristas e passageiros foi o mesmo (78).

Prefeitura estuda criar faixas exclusivas para motos nas marginais

No último mês, a Prefeitura de São Paulo afirmou que avalia criar faixas exclusivas para motos nas marginais Tietê e Pinheiros. Segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB), foi encomendado um estudo para entender se um modelo já adotado na Malásia pode reduzir mortes no trânsito.

Levantamento da Prefeitura aponta que, em média, 22 pessoas morrem por ano em acidentes envolvendo motocicletas nessas duas vias. “Se a gente tiver a possibilidade de fazer algo para poder evitar isso, a gente vai fazer”, afirmou Nunes, em entrevista coletiva realizada em 14 de fevereiro.

Na ocasião, o prefeito citou ainda a faixa azul como uma experiência positiva, modelo adotado na Avenida 23 de Maio. “Dia 25 de janeiro completou um ano, com nenhum óbito (na via) na faixa azul durante esse tempo”, disse. “A gente tem 20 quilômetros de faixa azul, e a gente vai estender por mais 200 quilômetros.”