A Polícia Civil executou nesta quarta-feira (20) um mandado de busca e apreensão e entrou no imóvel de Margarida Bonetti, conhecida como “mulher da casa abandonada”, localizado no bairro Higienópolis, área nobre de São Paulo. A história dela ganhou notoriedade por meio de um podcast feito pela Folha de S.Paulo. As informações são do UOL.

A ação da polícia faz parte de um inquérito que apura se Margarida sofre de algum distúrbio psiquiátrico e se foi vítima de abandono de incapaz. Quando os agentes chegaram à mansão, a mulher resistiu em permitir a entrada deles. Por isso, uma janela teve de ser quebrada.

Segundo informações do programa “Brasil Urgente”, da Band, os policiais encontraram a mulher e um cachorro vivendo em condições insalubres. Agora, profissionais irão avaliar se Margarida possui capacidade para continuar dentro do imóvel.

“Constatamos na investigação energia elétrica ligada, água e luz funcionando, com contas sendo pagas. Então presume-se ambiente (para moradia)”, disse o delegado Marcelo Palhares. Contudo, “ela (Margarita Bonetti) vive em uma casa sem água, sem esgoto e em situação precária. Se está lá dentro nessas circunstâncias, supostamente houve abandono por parte da família. É importante que se apure se houve abandono de incapaz”, completou.

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Rosa Vicente de Azevedo, irmã de Margarida, foi acionada para comparecer à mansão e averiguar a situação do local. A mulher relatou durante o seu depoimento no dia 11 de junho que a irmã não sofre de “problema de ordem mental” e se apresentou como responsável pela sua alimentação, vestuário, calçados, dinheiro para compras e locomoção.

Relembre o caso

Margarida e Renê Bonetti foram casados e se mudaram para os Estados Unidos. No país, eles contrataram uma empregada doméstica. Contudo, o homem foi condenado a seis anos de prisão por manter a funcionária em condições análogas à escravidão. Há relatos de que ela foi proibida de deixar a residência do casal por 20 anos, não tinha salário nem auxílio médico e sofria agressões.

Enquanto Renê era investigado pela polícia americana, Margarida conseguiu fugir para o Brasil. Por isso, ela não foi julgada.