O zelador Marcelo Monteiro Silva, de 46 anos, e o filho dele, Abraão de Araújo Silva, de 21 anos, foram baleados durante uma ação da Polícia Militar na favela do Sapé, em São Paulo, no domingo (19). As informações são do Uol.

De acordo com testemunhas, Marcelo foi baleado na perna ao tentar ajudar um PM que teve uma queda de moto em uma perseguição. Já Abraão tentou filmar a ação do PM, recusou entregar o celular ao policial e também foi atingido por um tiro na perna. O agente ainda teria jogado o celular em um rio. O caso é investigado pela Polícia Civil e pela Corregedoria da PM.

Segundo a manicure Cirlene Maria da Conceição, de 40 anos, mulher do zelador, a polícia não prestou socorro aos feridos. “Balearam meu marido, meu filho e deixaram no chão. A gente que socorreu eles para o hospital. Os PMs foram embora”, disse a mulher ao Uol. O marido está no Hospital Universitário da USP. O filho, no hospital Vila Alpina, na zona leste.

Ainda conforme a manicure, a família estava em uma festa de aniversário de um amigo do bairro que ocorria na calçada. Marcelo recebeu voz de prisão no hospital. Um advogado da Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio acompanha o caso deles.

Além do zelador e de Abraão, um outro rapaz foi baleado na barriga e está em estado de saúde grave no Hospital Universitário. Uma outra mulher também sofreu tiro de raspão, foi atendida e já está em casa.

PM diz que foi atacada

Procurada pela reportagem do Uol, a PM informou que uma viatura foi atingida por um disparo de arma de fogo na região. “Moradores tentaram tomar armamento dos policiais, houve disparos de arma de fogo. Os PMs pediram apoio, a polícia chegou, tentou fazer incursão na comunidade. Um disparo atingiu a viatura do comando da PM”, disse a corporação.

Por meio de inquérito policial instaurado pelo 14º DP (Distrito Policial), em Pinheiros, a Polícia Civil investiga “a prisão de dois homens, após terem sido baleados durante uma ação, ocorrida na comunidade do Sapé, zona oeste, na noite de domingo (19)”.

O 51º DP (Distrito Policial), no Rio Pequeno, “apura a depredação e incêndio a três ônibus ocorridos durante o tumulto. Na ocasião, a PM foi hostilizada, após tentar abordar um grupo de motociclistas que estaria envolvido em roubos a motos na avenida Politécnica”.

De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), “além dos baleados, outras duas pessoas e dois policiais ficaram feridos. Os fatos também são analisados em inquérito policial militar instaurado pelo 23º batalhão e acompanhado pela Corregedoria da instituição”.