13/04/2022 - 17:57
A Polícia Civil investiga a base do Primeiro Comando da Capital (PCC) que atua na Bela Vista, localizada na avenida Paulista (SP). Após observar os altos lucros obtidos por algumas quadrilhas, a facção criminosa resolveu se especializar e controlar os furtos de celulares para que, na sequência, seja feita uma transferência via Pix. Depois, os aparelhos são “exportados” para a África, onde acabam sendo comercializados. As informações são da Folha de S.Paulo.
A princípio, o PCC reprimia esse tipo de crime na região porque atrai a atenção da polícia e, consequentemente, atrapalha o tráfico de drogas. No entanto, tudo mudou após a facção criminosa perceber o potencial lucrativo.
“Numa conta grosseira, calculamos que, em média, R$ 50 mil são desviados das contas bancárias das vítimas. Há casos menores, de R$ 2 mil, mas os saques podem passar de R$ 100 mil”, disse o delegado Ânderson Honorato dos Santos, da 2ª Delegacia de Patrimônio, que é ligada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Até o momento, cinco suspeitos foram detidos. O último foi um jovem, de 22 anos, preso em uma pensão na rua Major Diogo. Ele era responsável por desbloquear um celular iPhone que havia sido furtado de uma mulher parada no trânsito, próximo ao parque Ibirapuera.
“O crime mais fácil para eles é pegar o celular aberto (destravado). A pessoa está lá vendo Google Maps no carro, (eles) quebram o vidro, pegam o celular e não deixam ele bloquear. A quadrilha aproveita muito o trânsito parado para atuar. Na Paulista, tem o pessoal falando no celular, aí passa o cara de bicicleta, tem cara que se especializa em quebrar vidro de carro”, disse o delegado.
No esquema do PCC, o celular furtado passa, na sequência, para o segundo “especialista”, que é responsável por “quebrar” as senhas bancárias e acessar a conta da vítima.
Toda a ação é feita no mesmo dia, por isso, o delegado orienta que as pessoas registrem o furto o mais rápido possível e comunique o banco.
Segundo a polícia, depois de transferir o dinheiro para as contas de laranjas, os aparelhos furtados são entregues a nigerianos no centro de São Paulo. Eles são encarregados de enviar os celulares para África, onde o controle é menor. “Essa é a segunda parte da investigação, que ainda precisamos avançar mais”, relatou o delegado.
Os aparelhos mais simples são comercializados nacionalmente.