Ao menos cinco mulheres denunciaram o médico nutrólogo Abib Maldaun Neto por abuso sexual dentro do consultório dele em São Paulo. De acordo com o relato das vítimas, o crime ocorreu durante a realização de exames físicos. O médico nega as acusações. As informações são do G1.

Segundo as pacientes, entre 17 e 31 anos na época dos abusos, que não quiseram se identificar, elas procuraram atendimento pois ele era um médico renomado e que atendia celebridades.

“Ele me fez deitar na maca, tirar a roupa. Ele começou um procedimento de auscultar meu coração e, já logo naquele dia, eu senti que ele botou a mão um pouco mais estranho quando ele foi auscultar meu coração, botou a mão no meu peito. Até o momento que ele pediu que eu tirasse a calcinha. E, na hora, me passou milhões de coisas na cabeça, mas não fui capaz nem de perguntar por que, nem de falar não”, contou uma paciente à GloboNews.

“Ele falou: ‘eu vou verificar como está, como estão as coisas’. E enfiou dois dedos na minha vagina e começou a estimular…meu clitóris. E dai eu já tava me sentindo muito mal…Eu virei pro lado, comecei a chorar sem que ele percebesse. Só desejava que aquilo acabasse o mais rápido possível”, relatou outra mulher.

Condenado em segunda instância

Em julho deste ano, Abib Maldaun Neto foi condenado em segunda instância por violação sexual mediante fraude pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Apesar da condenação, ele continua atendendo com autorização do Conselho Regional de Medicina (Cremesp).

Por ser réu primário, o médico cumpre pena em regime semiaberto. Em nota ao G1, a defesa do médico se diz confiante na Justiça para reconhecer a inocência do acusado. Também em nota, o médico afirmou que não praticou “qualquer ato imoral ou ilegal” contra os pacientes.

“Sempre atuei de forma ética, integra e profissional zelando pela dignidade da honrosa profissão a qual dedico a minha vida, por esta razão sempre colaborei com o processo, comparecendo em todos os atos e me colocando à disposição da justiça a fim de que a verdade real dos fatos seja devidamente comprovada”, diz a nota enviada à GloboNews.

Cremesp

As mulheres denunciaram os casos ao Cremesp pedindo que a licença dele como médico seja cassada.

Também em nota, o Cremesp afirmou que a licença do médico ainda não foi cassada “pois ele pode responder a mais de um processo ético-profissional sobre o mesmo assunto”. Disse ainda que enquanto o trâmite judicial não terminar, o registro profissional continua ativo.