O jovem Paulo César Basso, de 30 anos, morreu na sexta-feira (7) após ser levado à força para uma clínica de recuperação para dependentes químicos em Votuporanga, no interior de São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, três funcionários foram presos e serão investigados por homicídio. As informações são do Uol.

Conforme a investigação, o trio foi até Guapiaçu (SP), onde vivia o paciente e chegou a aplicar um “mata-leão” em Basso para contê-lo. Segundo o depoimento dos funcionários, o homem estava alterado e não concordou em ser levado para a clínica.

Além do mata-leão, os funcionários também amarram os pés e as mãos do paciente e o colocaram no carro desacordado. De acordo com a polícia, a equipe médica da clínica só notou que o homem não estava bem quando ele chegou ao local.

Em seguida, Basso foi levado para a Santa Casa da cidade, mas já chegou morto. Uma parente da vítima afirmou ao Uol que o jovem não era violento. “O Paulo ficava isolado quando usava [drogas]. Inclusive, ele ajudava muito todo mundo e fazia tudo o que estava ao alcance dele”, disse.

Ainda conforme a parente, o homem já havia sido internado antes após intermediação do pai. “Ele [pai da vítima] ia até a clínica ver como tudo funcionava e depois falava com o Paulo, que chegou a ser internado por vontade própria, se recuperando e trabalhando em uma clínica como segurança. Mas ele teve uma recaída”, contou.

Em depoimento, os funcionário afirmaram que a clínica foi contratada pela família e que o uso da força foi necessário por conta da alteração do paciente. O trio também disse que Basso foi levado para o hospital antes de chegar na clínica. Eles afirmaram ainda que o rapaz havia sido medicado por um familiar.

O advogado da clínica e dos três funcionários, Murilo Ferreira, afirma que o jovem passou por exame necroscópico e que aguarda o resultado do laudo. A defesa da clínica ressaltou ainda que o estabelecimento de reabilitação é responsável.

“São cinco clínicas desde 1988, e cada uma tem 70 pessoas. Infelizmente houve essa fatalidade. A grande questão é que fica parecendo que mandaram matar ele. A própria família contratou a clínica e acabou acontecendo”, afirmou ao Uol. Segundo a reportagem, os três homens que foram presos aguardam decisão da Justiça para saber se vão responder ao processo em liberdade.