11/08/2020 - 11:12
O vigilante Bergman Willian Alcântara, de 35 anos, acusa dois seguranças do Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, no litoral paulista, de agredi-lo na madrugada desta segunda-feira (10). Segundo o paciente, ele teria sido confundido pelos funcionários com um morador de rua. As informações são do G1.
O hospital nega as acusações. No entanto, uma testemunha afirma ter quebrado uma porta para salvar a vítima, após ouvir pedidos de socorro. Ao G1, Bergman contou que foi ao hospital devido a uma inflamação no dedo.
De acordo com o vigilante, ele estava com um cobertor enrolado no dedo por conta do frio e os seguranças passaram a seguí-lo desde o pré-atendimento. Ainda segundo a vítima, Bergman teria sido agredido após ser atendido, enquanto aguardava na sala de medicação. Ele foi arrastado para uma sala onde um dos seguranças o segurou enquanto o outro o espancava.
A testemunha, o eletricista Witt Fabiano Teixeira Alves, foi quem salvou Bergman. “Foi o Fabiano quem arrombou a porta e me tirou do espancamento. Quando ele abriu a porta, a mulher dele, ele e a filha me viram no chão, sangrando e com um dente quebrado, de tantas pancadas que eles me deram”, disse o vigilante ao G1.
A Polícia Militar foi acionada, mas os agentes não registraram a ocorrência. “Eles não levaram o rapaz até a delegacia. Até achei estranho que não fizeram com que eu comparecesse à delegacia, porque depredei a porta para defender ele”, contou o eletricista ao G1.
“Se o hospital alega que é mentira, que mostre as câmeras. É tudo mentira do hospital. Estão fazendo isso porque o enfermeiro segurou a porta para eu não abrir. Foram coniventes com o ocorrido. Assumo tudo que fiz, e fiz para salvar a vida dele. A verdade é uma só, esse rapaz estava inocente em todos os sentidos”, afirmou Fabiano.
Conforme a defesa de Bergman, o boletim de ocorrência foi registrado na segunda-feira à tarde na 1º DP de Praia Grande. Nesta terça-feira (11), o vigilante deve passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
Hospital Irmã Dulce nega acusações
Em nota ao G1, a direção do Hospital Municipal Irmã Dulce afirma repudiar veementemente quaisquer alegações de agressão ao paciente. De acordo com a unidade, o paciente estava agitado e teria agido com agressividade com a equipe médica e demais funcionários.
Segundo o hospital, o paciente teria tentado agredir fisicamente alguns colaboradores, sendo contido pela equipe da unidade. A Polícia Militar foi acionada pelo Irmã Dulce e, ao notar tal fato, o paciente tentou evadir do hospital, quando foi abordado pelos policiais na entrada da unidade. Após esta abordagem da PM, o mesmo se retirou da unidade. O caso segue em apuração.
“Por fim, o hospital repudia qualquer tipo de conflito interpessoal, reforçando constantemente a seus profissionais orientações para que tratem pacientes e acompanhantes com cordialidade e respeito, seguindo os protocolos institucionais, para que, em qualquer situação em que haja necessidade, a Polícia Militar seja acionada”, finaliza a nota enviada ao G1.