13/02/2023 - 14:34
No dia 27 de janeiro deste ano, Ricardo Penna Guerreiro, de 46 anos, foi preso após a ex-esposa Juliana Rizzo, de 36, divulgar em suas redes sociais as agressões e estupro que sofreu. De acordo com ela, o abuso sexual ocorreu no momento em que estava desacordada por conta dos efeitos de remédios antidepressivos e calmantes. O caso ocorreu em Praia Grande, no litoral sul de São Paulo.
Desde então, Ricardo encontra-se detido preventivamente. Mas, com receio de que algo mais grave possa acontecer, Juliana se mudou da cidade e foi para o interior paulista. “Em agosto de 2021, ele ficou internado após causar um acidente quando tentou contra a minha vida. A partir daquele momento, percebi que não tinha condições de eu permanecer na mesma localidade que ele”, informou em entrevista à IstoÉ.
Durante a conversa com o portal, Juliana contou que tem dois filhos. O mais velho, de 16, é fruto do seu primeiro casamento. Já o mais novo, de três, é resultado do seu matrimônio com Ricardo, que durou cinco anos.
Segundo ela, o ex-companheiro fazia com que o seu filho mais velho presenciasse as agressões. “Eu vi ele se tornando um garoto diferente. Aos poucos, aquele garoto feliz que contava piadas, foi deixando de existir”, relatou.
Juliana acrescentou que possui imagens que mostram o mais novo sendo agredido por Ricardo. Quando os ataques ocorriam na sua presença, ela intervia e era agredida no lugar da criança. “Por conta disso, ficava constantemente debilitada e passei a ter depressão.”
“Eu sabia que precisava sair daquele relacionamento e hoje dou graças a Deus pelos meus filhos estarem bem melhor depois de terem saído de um lar doentio”, acrescentou.
Após colocar um fim no relacionamento com Ricardo, ela decidiu expor as agressões e o estupro que sofreu porque o ex-companheiro acreditava na impunidade. Juliana afirmou que ele chegou a ser detido duas vezes. Na primeira ocasião, ficou quatro meses preso. Já na última, no ano de 2019, passou apenas oito dias em reclusão.
Para ela, a grande repercussão deve ajudá-la a conseguir justiça. “Desejo que Ricardo permaneça preso e pague pelos crimes que cometeu. Não quero que ele sofra nenhuma crueldade, como algumas pessoas querem nas mensagens que enviam para mim”, completou.
Saída de casa
Na entrevista, Juliana afirmou que saiu da residência onde morava com Ricardo no dia 11 de novembro de 2021 somente com a roupa do corpo e sem dinheiro.
Ela, que estuda Direito, contou que teve a ajuda do seu professor de Direito Civil para se manter por quase 15 dias com os dois filhos. “Nesse momento, eu não tive a ajuda da minha família porque não tinha contado para eles o que havia acontecido.”
Além disso, esse professor ajudou Juliana a dar entrada no pedido de separação de corpo e depois, no divórcio.
“A minha defesa é apenas no pedido de divórcio. No caso das agressões e estupro, eu fiz sozinha o registrado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) Praia Grande”, relatou.
Na sequência, Juliana entrou com pedido de três medidas protetivas. Duas já expiraram, mas uma vale por tempo indeterminado.
Por conta disso, Ricardo responde pelos crimes de ameaça, estupro e descumprimento das medidas protetivas.
Ameaças
Juliana afirmou que resolveu deixar Praia Grande porque teve a informação de que a nova namorada de Ricardo tem livre acesso ao local onde ele encontra-se detido. Participou de reuniões nas quais anotou nomes de pessoas que deveria procurar para tentar contra a vida dela. E, além disso, possui parentes que fazem parte de organizações criminosas.
“Estou há cerca de um ano no interior de São Paulo, mas já estou de mudança. O novo local não será revelado para manter a minha segurança”, informou.
Com o novo lar, Juliana espera que consiga voltar a trabalhar, estudar e ter uma vida normal ao lado dos filhos.
A IstoÉ entrou em contato com o advogado Alex Ochsendorf, que é responsável pela defesa de Ricardo, mas não obteve resposta até o momento.