SP: mulher ofende casal e ironiza homofobia: ‘Sou branca, de família tradicional e tenho educação’

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As imagens das cenas de preconceito foram divulgadas nas redes sociais Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Civil de São Paulo, por meio da Decradi (Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais contra a Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância), abriu uma investigação para apurar um caso de homofobia praticada por uma mulher contra um casal dentro de uma padaria em Santa Cecília, no centro da capital paulista, durante o sábado, 3. Imagens das cenas de preconceito foram divulgadas nas redes sociais.

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Confira o vídeo:

De acordo com Rafael Gonzaga, autor das publicações e vítima das agressões verbais e físicas da mulher, ele e o parceiro pararam na padaria por volta das 4h para comer após voltarem de uma festa. No local, a suspeita teria ofendido ambos enquanto estacionavam ao lado do carro dela, perseguindo-os até a entrada do estabelecimento e atirando um cone contra os dois.

“Começamos a filmar e ligar para o 190, foram quatro chamadas até aparecer uma viatura”, escreveu o autor das publicações. Nas imagens, é possível ver a mulher agredindo um dos homens, que questiona: “Tá maluca? Por que você está alterada, a gente só queria parar o carro”. A suspeita é afastada do casal por funcionários da padaria, mas continua gritando e praticando atos de homofobia.

Sendo segurada por um homem de camisa azul, a mulher afirma que os valores da sociedade estariam sendo “invertidos”. “Só porque eles são viad*s eles acham que podem fazer o que querem […] Eu sou de família tradicional e tenho educação”. Após isso, várias pessoas do estabelecimento pedem para que a investigada vá embora do local, que por sua vez, passa a tentar agredir outro cliente da padaria.

A mulher ainda declara que é mais “macho” do que as vítimas, complementando que é “branca” e questionando uma suposta hipocrisia do casal. “Chama a polícia, vamos ver quem vai preso aqui”, grita a investigada. Rafael Gonzaga escreve que em vez de ser encaminhada para uma delegacia, policiais militares teriam mandado a agressora para casa e se recusado a dar flagrante.

“Passar pela situação de ser ofendido aos gritos publicamente em função da orientação sexual é algo repulsivo, primitivo e desumano. Não sabemos quem é essa mulher. Queremos justiça”, declarou Rafael Gonzaga na publicação. Em contato com a IstoÉ, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) relatou que a autora das agressões já teria sido identificada e será ouvida pelas autoridades.

As forças de segurança complementaram que os agentes envolvidos no atendimento da ocorrência também prestarão depoimento. “O setor de investigação analisa as gravações apresentadas e realiza diligências, visando identificar novas testemunhas”, concluiu a SSP-SP, assegurando que as investigações contra as ofensas homofóbicas da mulher continuam prosseguindo.

Em nota, a Padaria Iracema, palco das cenas de homofobia, declarou que lamenta profundamente o ocorrido e repudia veementemente qualquer forma de discriminação e desrespeito. “Informamos que estamos à disposição das autoridades policiais para quaisquer informações ou depoimentos”. O estabelecimento conclui que nenhum tipo de intolerância será admitido em suas dependências.