No dia 28 de outubro, durante uma assembleia no condomínio de casas de luxo no bairro Barão Geraldo, em Campinas, interior de São Paulo, o professor de yoga Ivan Zacharauskas se referiu ao local usado pelos funcionários como uma senzala. As informações são do UOL.

O caso chegou ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por meio de uma notícia-crime anônima. O órgão solicitou à Polícia Civil que investigue o caso e para que a 1ª Delegacia Seccional de Campinas escute as testemunhas e o suspeito.

Após a declaração do professor, os moradores reclamaram na administração do condomínio e ele foi notificado no último dia 10.

O UOL teve acesso à carta que Zacharauskas enviou aos moradores, funcionários, conselho e administração do condomínio. Nela o morador alegou que as suas falas, registradas na ata da assembleia, estavam incompletas. “Não (estão) condizentes com minha fala completa, que foi omitida na referida ata, por omissão, intencional ou não, ou por desatenção.”

Ele afirmou que o quadro de funcionários do condomínio é composto por pessoas negras e pardas, mas que sua declaração não teve cunho racista.

“Em tempos nos quais crimes de racismo, homofobia, transfobia, feminicídio, entre tantos outros hediondos, aparecem todos os dias nos jornais, fiz a comparação do estado da referida casa a uma senzala, em simples crítica ao próprio condomínio e sua administração por não realizar manutenções na mesma, de modo a aparentar o desprezo destes, condomínio e administração, pelos próprios funcionários”, disse em um trecho da carta.

Zacharauskas finaliza dizendo que recebeu sugestões de outros moradores para que a casa destinada aos funcionários fosse escondida por um muro ou vegetação.