A jornalista Luanda Vieira, de 33 anos, escreveu em suas redes sociais que foi vítima de racismo em um salão de beleza localizado nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. As informações são do G1.

Segundo Luanda, um cabeleireiro, identificado depois como Augusto Lima, debochou dela enquanto ela era atendida por uma manicure no Studio Lorena, na Rua Oscar Freire. “Ele disse para ela (a manicure que a atendia) que achou que eu era Miriã. ‘Imagina a Miriã sentada aí!’ (teria dito o rapaz)”, escreveu a jornalista. Miriã seria outra manicure que trabalhara no estabelecimento.

“A questão não foi ele ter me relacionado a uma manicure, mas ele ter feito um show porque tinha uma mulher negra ali. Ele ficou uns três minutos rindo e falando alto, em tom deboche, com a manicure que me atendia, como se eu não estivesse lá. E por que a Miriã não poderia estar sentada ali? Esse é o racismo estrutural: o negro não pode estar em todos os lugares“, declarou Luanda.

De acordo com Vieira, o caso aconteceu no dia 06 de maio. Dias depois, ela relatou o episódio em um vídeo. “Meu objetivo não era atingir o salão, mas encorajar mais mulheres negras a denunciar o racismo. Racismo é crime e cresce no silêncio”, afirmou.

O estabelecimento, por sua vez, admitiu que o funcionário errou. “Isso nos mostra o quanto precisamos trazer o debate racial com mais afinco aqui para dentro, já que nossa proposta enquanto espaço não é a de fazer comparativos entre pessoas, mas ser um ambiente onde todos se sintam acolhidos e bem”, comentou.