02/12/2021 - 16:50
O Estado de São Paulo vai reduzir para quatro meses o intervalo para a dose adicional da vacina contra covid-19, anunciou nesta quinta-feira, 2, o governador João Doria (PSDB). A medida, tomada dias após o País confirmar os primeiros casos da variante Ômicron, vai de encontro ao que foi determinado pelo Ministério da Saúde. O órgão federal orienta que o espaçamento entre a segunda e a terceira aplicações seja de, no mínimo, cinco meses.
Conforme o governador, a redução no intervalo é válida para quem já tomou as duas doses de Coronavac, AstraZeneca ou Pfizer. Aqueles que tomaram o imunizante de dose única da Janssen poderão receber a dose adicional da mesma vacina com espaçamento a partir de dois meses. Na ausência da vacina da Janssen, é possível ser administrada uma dose adicional da Pfizer.
O novo intervalo para dose adicional foi recomendado pelo comitê científico, que assessora o governo de São Paulo, diante do atual cenário epidemiológico da covid-19 no mundo, com o avanço da nova variante Ômicron. Os dois primeiros casos no Brasil foram confirmados em São Paulo nesta terça-feira, 30, em um casal vindo da África do Sul. O homem de 41 anos e a mulher de 37 estão com sintomas leves. Nesta quarta, 1º, o terceiro diagnóstico positivo foi confirmado em um homem de 29 anos vindo da Etiópia, que desembarcou em Guarulhos no último sábado, 27. O paciente não apresenta nenhum sintoma.
A medida também leva em consideração as festividades de final de ano e a falta de obrigatoriedade da apresentação de comprovante de esquema vacinal completo para os viajantes que chegam ao Brasil. “SP é porta de entrada do Brasil e o País infelizmente não exige esquema vacinal completo dos viajantes”, escreveu Doria. Nesta terça, o Estado também decidiu manter a exigência do uso de máscaras em espaços abertos.
“O Estado tem hoje condições logísticas e técnicas de ampliar a vacinação e reduzir o intervalo de aplicação das doses para que todos possam estar ainda mais protegidos”, destacou o Secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn.
Passaporte da vacina
Na última semana, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse ser contrário à cobrança de comprovantes de vacinação contra o novo coronavírus nas fronteiras brasileiras. A declaração está alinhado com o que tem declarado o presidente Jair Bolsonaro.
Contraria, porém, uma recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que no dia 12 de novembro enviou notas técnicas à Casa Civil sobre a entrada de viajantes no Brasil. A agência propôs a abertura das fronteiras para aqueles que comprovarem a vacinação e quarentena de cinco dias para os não imunizados. Ainda não há um decisão do governo sobre o assunto.
Ao mesmo tempo, sob temor da variante Ômicron, o governo federal determinou o fechamento das fronteiras aéreas para passageiros vindos de seis países do sul da África desde o início desta semana. Seguindo recomendação da Anvisa, a decisão foi tomada em conjunto pela Casa Civil e pelos ministérios de Infraestrutura, Saúde e Justiça e Segurança Pública.