O caminhoneiro Luan Agostinho de Souza Quirino, de 32 anos, não sai de casa há um ano. Ele pesa 260 kg e precisa carregar uma cadeira de ferro consigo, para descansar a cada alguns passos. As informações são do G1.

De acordo com Luan, que mora com a esposa e os filhos em São Vicente, no litoral de São Paulo, ele começou a engordar bruscamente após a perda do pai, em 2018. “Sempre pesei mais, mas conseguia viver com isso”, contou ao G1.

Por conta do peso, ele precisou parar de trabalhar. Além de não caber mais na cabine do caminhão, Luan sofre constantes dores na coluna e nos joelhos. Ele também foi diagnosticado com diabetes, pressão alta e apneia do sono aguda.

“Não consigo mais dormir deitado, pois sinto extrema falta de ar. Durmo sentado há cerca de um ano”, explicou ao G1.

Luan vive em uma cama de casal e tem dificuldade para executar as tarefas mais simples do dia a dia. “Eu não consigo fazer nada sozinho, tudo com ajuda. Desde a necessidade mais básica, tudo tem que fazer junto”, relatou.

Conforme Luan, ele é acompanhado por uma endocrinologista e por uma nutricionista do Ambulatório de Especialidades Médicas (AME) de São Vicente. No entanto, as especialistas afirmam que somente uma cirurgia poderia fazê-lo emagrecer, já que ele não consegue fazer exercícios físicos, por exemplo.

Cirurgia bariátrica

Na entrevista ao G1, ele contou que aguarda na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) pela cirurgia na rede pública desde 2017, quando ainda pesava 178 kg e era atendido pelo Hospital de Cubatão.

Recentemente, a família abriu uma arrecadação online para tentar realizar o procedimento pela rede particular, que custa R$ 30 mil.

Em nota ao G1, a Secretaria de Saúde de São Paulo afirmou que o caminhoneiro é acompanhado pela equipe médica multidisciplinar do AME São Vicente desde dezembro de 2019, quando realizou a sua primeira consulta na unidade. O pedido de cirurgia bariátrica está sendo acompanhado pelo Departamento Regional de Saúde.

“A cirurgia bariátrica é realizada somente mediante indicação médica. O paciente deve procurar o serviço de atenção básica, como, por exemplo, as UBSs, que farão a avaliação inicial e o encaminhamento necessário.

Geralmente, o paciente com obesidade possui restrições e doenças que dificultam a realização das cirurgias, a exemplo de diabetes e hipertensão. Sendo assim, nem todos com indicação médica para cirurgia bariátrica estão efetivamente aptos a fazer o procedimento imediatamente, por questões de quadro clínico geral não favorável.

Além disso, há um período, no qual o quadro do paciente é analisado para verificar se o procedimento em si é o mais indicado para o paciente. A cirurgia bariátrica é o último recurso utilizado no tratamento, que inclui um suporte ambulatorial e multiprofissional (cardiologistas, nutricionistas, endocrinologistas, fisioterapeutas, psicólogos, entre outros).

Considerando os fluxos e acompanhamentos multidisciplinares, a demanda é descentralizada na rede primária de saúde ou serviços de origem do atendimento, que são responsáveis por agendar os atendimentos médicos e multiprofissionais preparatórios nas unidades de saúde de referência para cada caso, bem como o acompanhamento do paciente até que o procedimento seja realizado”.