Na última quinta-feira (19), Caíque Santos Castro foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado por ter assassinado a garota de programa Luana Garcia, que tinha 18 anos. O crime ocorreu depois que a jovem se recusou a fazer sexo com ele no Motel Corpo a Corpo, em Santo André, no ABC Paulista. As informações são do G1.

Conforme o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Caíque matou Luana no dia 5 de maio de 2021 com um tiro no olho esquerdo. Na sequência, ele abandonou a jovem no quarto do motel e fugiu do local.

Depois, Caíque se entregou à polícia e foi preso. Em depoimento, ele alegou que o disparo foi acidental, argumento que manteve durante o julgamento.

“Afirmou que sacou a arma a fim de que ela se assustasse e parasse de gritar, mas não soube por qual razão a arma disparou”, informou um trecho do interrogatório de Caíque, que disse ter comprado a arma por R$ 1.500 na rua 25 de Março.

No entanto, o júri popular entendeu que ele teve a intenção de matar. Por causa disso, Caíque foi considerado culpado pelo assassinato de Luana e condenado por homicídio qualificado com recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio (quando a mulher é morta por menosprezo e discriminação de gênero).

O G1 não localizou a defesa de Caíque para comentar a condenação.

O crime

O MPSP informou que Caíque estava com um amigo na Boate Nova Lua de Mel Drink’s, localizada na zona leste de São Paulo. No local, eles conheceram Luana e uma amiga dela, que também era garota de programa. Os dois combinaram de pagar pelos serviços e as levaram para o Motel Corpo a Corpo.

Os quatro solicitaram um carro de aplicativo e seguiram viagem. Quando chegaram ao motel, os casais se dividiram e pegaram quartos diferentes.

Testemunhas relataram que Luana não queria ter ficado com Caíque porque não tinha gostado dele. Depois, ele tentou manter relações sexuais com a jovem e ela se recusou. Nesse momento, teve início uma discussão.

Caíque baleou Luana e, ao fugir do motel, ameaçou atirar na recepcionista. Como o vidro da cabine era blindado, a mulher acionou a Polícia Militar.

Na fuga, o rapaz jogou a arma em uma lixeira e ela não foi localizada pela polícia.

“O crime foi praticado contra Luana no contexto de menosprezo à condição de mulher, pois Caíque pretendeu subjugá-la, tratando-a como se fosse objeto pessoal dele, ao não aceitar que Luana se recusasse a manter relação sexual com ele”, disse a denúncia do MPSP.

O outro casal que estava no quarto ao lado ouviram o disparo e foram ver o que havia acontecido. Quando entraram no cômodo, viram Luana caída no chão com o rosto sangrando. Ela morreu no local.

O amigo de Caíque também fugiu do motel. Ambos foram identificados pela Polícia e, dias depois, se entregaram.

Caíque foi preso em flagrante por homicídio. Já o amigo, ouvido como testemunha e liberado em seguida.

A amiga de Luana também prestou depoimento e foi liberada.