29/09/2020 - 9:50
A vendedora Rilavia Soares, de 53 anos, e seu marido, o comerciante Enivaldo Braz, de 50, foram vítima de um golpe. O sonho de sair do interior e abrir um negócio no litoral de São Paulo virou pesadelo após o casal ser enganado por falsos corretores.
Em entrevista ao G1, Rilavia explicou que havia selecionado quatro anúncios de casas para vender, em cidades da Baixada Santista. Uma delas, localizada em Itanhaém, estava anunciada por R$ 90 mil. Ela chamou a corretora por um aplicativo de mensagens e iniciou uma negociação. As informações são do G1.
Tempo depois, a corretora afirmou a mulher que o valor da casa teria baixado para R$ 75 mil, porque o proprietário estava com pressa para vender o imóvel. Durante a negociação, a corretora insistia para que ela conhecesse a residência e fechasse o negócio.
De acordo com Rilavia, ela e o marido visitaram o imóvel na primeira quinzena de julho. Durante toda a visita, a corretora, em companhia de seu suposto chefe, apresentou cada cômodo da residência. A vítima conta ainda que um detalhe chamou a atenção do casal: a porta externa estava fechada apenas por um pedaço de madeira.
“Questionei e ele disse que o proprietário alugava o espaço para festas e, em uma delas, um grupo de jovem acabou quebrando a estrutura”, explicou ao G1. Após a visita, Rilavia conseguiu fechar o negócio por R$ 55 mil, pago à vista via transferência bancária ao proprietário.
Ainda conforme Rilavia, os documentos necessários foram registrado em um cartório na capital paulista, pois, segundo a corretora, o dono seria de lá e não conseguiria vir à região para assinar os papéis. Depois do registro, o proprietário do imóvel teria pedido ao casa que o dinheiro fosse enviado à conta de sua suposta sobrinha, por conta de dívidas com o banco dele.
Após o negócio, corretores sumiram.
Descobrindo a fraude
Segundo o casal, dias após realizar o pagamento, ele precisaram de um comprovante de residência da casa e entraram em contato com a corretora e chefe dela. No entanto, ambos bloquearam o número deles. Desconfiada, Rilavia enviou os documentos registrados em cartório a amigos advogados, que afirmaram que não havia nada de errado com a papelada.
A família então vendeu a residência em que morava, móveis e até o veículo para realizar a mudança. Erivaldo pediu demissão do emprego e, junto a filha de 24 anos, o casal chegou ao endereço da nova residência com um caminhão de mudança e as chaves em mãos. No entanto, as chaves não abriam as fechaduras.
“Achamos que tinham trocado por causa da mudança”, conta Rilavia que acionou um chaveiro para abrir o portão. Pouco depois de entrarem, a Polícia Militar chegou ao local para atender a um chamado de invasão de propriedade.
“Me pergunto como é que aqueles dois tinham a chave da casa. O dono da casa me deu o prazo de algumas horas pra ir embora da casa. Não tínhamos pra onde ir”, afirmou Rilavia ao G1.
A família foi levada para a 2º DP de Itanhaém onde registraram boletim de ocorrência por estelionato e foram obrigados a sair da residência. O casal também descobriu que o imóvel estava realmente a venda, mas por R$ 160 mil. O casal entregou todas as provas que tinham para a polícia poder investigar os estelionatários.
Ainda conforme o G1, após três dias sem ter onde morar, a família conseguiu abrigo na casa de um conhecido em Osasco (SP), onde estão há quase dois meses. Eles também decidiram abrir uma vaquinha online para receber doações.
