Dois centros de acolhimento para moradores de rua atendidos pelo frade franciscano que morreu no último sábado, 9, vítima do coronavírus, tinham até esta segunda-feira, 66 casos positivos da doença entre os acolhidos. O frade Paulo Fernando de Campos Meneses, de 36 anos, que adotou o nome religioso de Frei Bruno, trabalhava na Associação da Fraternidade São Francisco de Assis, em Jaci, na região de São José do Rio Preto, dando atendimento direto aos moradores de rua. Ele morreu após apresentar sintomas graves e ser internado no Hospital de Base de Rio Preto.

Depois que o religioso teve sintomas, os moradores de rua passaram por exames. Dos 90 atendidos pela fraternidade na Casa do Cirineu, em Rio Preto, onde o frei atuava, 31 tiveram resultado positivo. Em outra unidade da região, 35 assistidos que tiveram contato com o padre também testaram positivo.

De acordo com o padre Francisco, administrador da Fraternidade, a Casa do Cirineu e a outra unidade passarão por um processo de desinfecção. O atendimento aos acolhidos, que recebem refeições diárias e orientação psicossocial, foi transferido para uma unidade provisória. Conforme o administrador, os pacientes apresentaram sintomas leves e ainda não precisaram de internação.

Missões

Frei Bruno, que já havia atuado em missões na região amazônica, concluía o noviciado, a fase final para a ordenação sacerdotal. O jovem ingressou na fraternidade franciscana de Jaci em 2018 e passou a trabalhar com moradores de rua na região. Ele apresentou sintomas, como febre, dor no corpo e falta de ar, no dia 23 de abril. Após ser internado no hospital de Jaci, o frei foi transferido para o Hospital de Base de Rio Preto e chegou a ser entubado, mas não se recuperou.

O frade foi sepultado em Jaci, em cerimônia restrita. Ele não tinha comorbidades, mas havia passado por cirurgia bariátrica há três anos. A fraternidade e a Diocese de Rio Preto divulgaram nota lamentando a morte do religioso. O óbito é o primeiro registrado em Jaci, que tem 66 casos positivos de coronavírus.

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