O menino de 11 anos, que ingeriu comida envenenada no último dia 21 de julho, continua internado no hospital geral de Pirajussara, em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo. A marmita contaminada com chumbinho, agrotóxico usado para matar ratos, foi doada a pessoas em situação de rua em Itapevi (SP). As informações são do jornal Agora.

Na ocasião, dois moradores de rua e um cachorro, pertencente a um deles, morreram um dia após consumirem o alimento.

De acordo com o pai da criança, um vendedor de churros de 46 anos, o garoto tem se alimentado e se hidratado por meio de uma sonda. A criança também não consegue falar nem movimentar braços e pernas.

“Já fizeram dois exames no meu filho mas, até agora, não sei o que aconteceu com ele. Os médicos falaram só que partes do cérebro dele se comprometeram por causa do veneno, mas sem explicar como”, contou o homem ao Agora.

Ainda conforme o vendedor, o garoto sente dores. “Ele não para de transpirar, emite sons e apertar as duas mãos”, afirmou. Após o envenenamento, o pai permanece ao lado do filho diariamente. “Deixei de trabalhar por causa disso.”

Investigação

Em agosto, um laudo pericial apontou que a igreja onde foram preparadas as marmitas estava apropriada para a produção de alimentos. O ambiente, segundo a polícia, foi considerado próprio para a atividade.

As autoridades continuam a investigar, por meio de inquérito policial instaurado pela Delegacia de Itapevi, a morte por envenenamento dos dois homens em situação de rua, identificados como José Araujo Conceição e Vagner Aparecido Gouveia de Oliveira, que consumiram as marmitas recebidas por doação quando estavam em um posto de combustíveis na cidade.

Eles faleceram na madrugada do último dia 22, após terem consumido a refeição, que continha substância tóxica, segundo a polícia. Os dois foram levados ao Pronto-Socorro Central do município, mas não resistiram.

De acordo com a prefeitura de Itapevi, o vendedor de churros também recebeu o alimento doado e o compartilhou com o filho e uma jovem de 17 que moram com ele. A mulher também chegou a ser internada, mas recebeu alta dias depois.

“A autoridade policial segue ouvindo testemunhas e a equipe aguarda a conclusão dos laudos periciais, que estão em andamento, para a realização de novas diligências a fim de esclarecer os fatos”, diz a nota da Secretaria de Segurança Pública enviada ao jornal Agora.