O cozinheiro Fuvio Rodrigues de Matos foi condenado pela Justiça de São Paulo a 10 anos de prisão em regime semiaberto por usar um canivete para matar o cabeleireiro Plínio Henrique de Almeida Lima, em dezembro de 2018. A decisão foi tomada na terça-feira (16) pelo júri popular realizado no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. As informações são do G1.

Na denúncia apresentada pelo Ministério Público, a promotoria afirmava que o assassinato foi motivado por homofobia. No entanto, a tese não foi acatada pelo júri, que entendeu que o réu matou a vítima após uma discussão.

De acordo com Angelo Carbone, advogado que defendeu os interesses da família de Plínio, ele irá recorrer da decisão. Durante o processo, Fuvio negou as acusações de que foi homofóbico, alegando que usou a arma contra Plínio para se defender dele após uma briga.

“Infelizmente os jurados entenderam que xingar uma pessoa de ‘bichinha’, ‘menina’ não configura um ato de homofobia”, lamentou a promotora Renata Cristina de Oliveira Mayer, que ainda analisará se irá recorrer ou não da sentença.

Relembre o caso

Fuvio foi preso em dezembro de 2018, após confessar ter matado Plínio. A vítima foi atacada com um canivete e morto no dia 21 de dezembro, na Avenida Paulista, na região central de São Paulo.

Em depoimento à polícia, Fuvio contou que deu um golpe de canivete na vítima após uma discussão. Um dos rapazes do grupo de Plínio teria amassado uma latinha e ameaçado o agressor com o objeto. O acusado diz ainda que outro colega do cabeleireiro teria dado um chute nele, que tirou o canivete da bolsa e desferiu o golpe.

As testemunhas, no entanto, narraram uma série de ofensas homofóbicas, como “gay deve morrer”. A vítima estava casada há 4 anos e era cabeleireiro, mas trabalhava também como auxiliar de cozinha.