A Polícia Civil executou na quarta-feira (20) um mandado de busca e apreensão e entrou no imóvel de Margarida Bonetti, conhecida como “mulher da casa abandonada”, localizado no bairro Higienópolis, área nobre de São Paulo. A história dela ganhou notoriedade por meio de um podcast feito pela Folha de S.Paulo. As informações são do R7.

Os agentes negociaram a entrada na mansão por cerca de 30 minutos. Como Margarida se recusava a cumprir a determinação judicial, uma janela teve de ser quebrada para que os policiais adentrassem ao imóvel.

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A polícia investiga se a mulher foi vítima de abandono de incapaz por parte de sua família, já que ela vive sozinha em condições insalubres. Ela também será investigada por possíveis maus-tratos aos animais, pois haviam cachorros na mansão.

“A casa cheira a lixo, cheira muito forte. A casa é muito insalubre. Existe a possibilidade de ter mais animais”, disse a delegada Vanessa Guimarães, em entrevista à Record TV.

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Mesmo assim, o delegado-geral de São Paulo, Nico Gonçalves, informou que Margarida não será obrigada a sair da mansão. “Ela está numa situação difícil ali, a família largou ela lá. Nós estamos com a Enel, prefeitura, agora estamos acionando os médicos, para tentar ajudá-la. Isso é uma questão mais social que policial”, relatou.

O cumprimento do mandado de busca e apreensão atraiu a atenção das pessoas. Inclusive, a influenciadora Luisa Mell esteve no local e disse ter ido resgatar os animais abandonados. No momento em que pegou um cachorro, ela protagonizou uma discussão com Margarida, que foi gravada e transmitida ao vivo pela sua equipe.

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Relembre o caso

Margarida e Renê Bonetti foram casados e se mudaram para os Estados Unidos. No país, eles contrataram uma empregada doméstica. Contudo, o homem foi condenado a seis anos de prisão por manter a funcionária em condições análogas à escravidão. Há relatos de que ela foi proibida de deixar a residência do casal por 20 anos, não tinha salário nem auxílio médico e sofria agressões.

Enquanto Renê era investigado pela polícia americana, Margarida conseguiu fugir para o Brasil. Por isso, ela não foi julgada.