Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) – O governo do Estado de São Paulo iniciará a vacinação de crianças contra a Covid-19 com a vacina CoronaVac imediatamente após uma aprovação do imunizante para a população pediátrica pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), disse nesta quarta-feira o governador João Doria (PSDB).

A expectativa é que a Anvisa decida sobre o tema na quinta-feira. De acordo com Doria e com Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, que envasa a CoronaVac, existem 15 milhões de doses da vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em estoque e, dessas, 10 milhões já estão reservadas à população infantil paulista.

“A nossa capacidade, sim, é de vacinar a totalidade das crianças nessa faixa etária aqui no Estado de São Paulo e ainda disponibilizar 5 milhões de doses para o Ministério da Saúde ou para governos estaduais que desejarem adquirir vacinas”, disse Doria em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

“Se houver necessidade de mais, o Butantan tem capacidade de, no curto prazo, colocar à disposição”, assegurou.

De acordo com Doria, caso a Anvisa aprove na quinta o pedido de uso emergencial da CoronaVac em pessoas de 3 a 17 anos, a vacinação de crianças com o imunizante começará “quinze minutos depois”.

Atualmente, a CoronaVac não está mais sendo aplicada em adultos no país, tendo sido substituída no programa nacional de imunização pelas vacinas da Pfizer, da AstraZeneca e da Janssen.

Segundo o presidente do Butantan, se a CoronaVac for aprovada para aplicação em crianças pela Anvisa, o instituto está aberto a receber pedidos tanto de outros Estados quanto do Ministério da Saúde. Ele lembrou que alguns Estados compraram a CoronaVac diretamente do Butantan após o término do contrato com o governo federal para a vacinação de adultos.

“Uma vez aprovada a vacina, o Butantan estará aberto a solicitações”, disse. “Com relação ao ministério, não houve, até este momento, nenhuma solicitação, embora tenham sido feitas ofertas (à pasta) no correr do último ano e mais recentemente.”

No momento, crianças de 5 a 11 anos de idade estão sendo vacinadas com a versão pediátrica da vacina da Pfizer, mas a quantidade de doses distribuídas pelo Ministério da Saúde aos Estados ainda é pequena.

Na mesma coletiva, o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, informou que, em dois meses, o número de internados em leitos pediátricos de unidades de terapia intensiva no Estado saltou 61%.

“É indispensável, é fundamental, a imunização, a proteção dessas crianças, crianças essas que passam a ser protegidas. Só no ano passado, nós perdemos 92 crianças decorrentes de Covid das mais de 2.500 que internaram de formas graves”, disse.

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