Um casal relatou ao G1 que caiu no golpe de “agência de modelos” e perdeu R$ 2.500 com isso. Eles afirmaram que levaram os seus dois filhos, uma menina de 9 anos e um menino de 5, para a cobertura de um hotel no bairro Gonzaga, em Santos (SP), onde participaram de uma seleção. Após o pagamento e a assinatura de um contrato, os pais das crianças foram bloqueados nas redes sociais pelos supostos agentes.
A mãe das crianças, Deborah de Oliveira, afirmou que uma mulher, que se apresentou como Gabrielle, entrou em contato por meio das redes sociais e “disse que estava fazendo captação [de candidatos] para uma seleção de uma agência de modelos em Santos”. Então ela e o marido levaram os filhos para o local combinado.
Quando chegaram ao hotel, “duas funcionárias falaram que meus filhos fariam um teste de fotos e, caso fossem aprovados, conversaríamos com o diretor. Eles foram, e fomos levados a um produtor, que se identificou como Caio”, relembrou Deborah.
Nesse momento, o suposto profissional relatou que representava a empresa Paulo Tavares Produções e Model e iria agenciar as crianças pelo valor de R$ 7.800. Ele frisou, inclusive, que já havia um trabalho para a menina e o menino.
“Não tínhamos esse valor no cartão de crédito, ele então liberou que assinássemos [o contrato] por R$ 2.500. O restante poderia ser pago depois que as crianças recebessem os cachês [de R$ 20 mil]. Enquanto ele conversava conosco, mandou áudios para pessoas que trabalham em agências de São Paulo e são conhecidas. Ele foi ‘trabalhando a nossa mente’ para nos convencer a pagar o agenciamento”, afirmou Deborah.
O homem informou que a empresa entraria em contato na quarta-feira (29) para fornecer mais detalhes sobre o suposto trabalho. Porém isso não aconteceu. “Ligo desde segunda (27) e dois números me bloquearam, além de excluírem a conta da empresa no Instagram, que tinha mais de 20 mil seguidores. Foi quando me dei conta que era golpe.”
Na quarta-feira Deborah conseguiu falar com Caio, mas ele informou que estava muito ocupado e depois retornaria, porém ele sumiu.
“Estamos muito preocupados, pois era a única renda que a gente tinha. O único dinheiro disponível no cartão de crédito. Só o meu marido trabalha. Eu fui bem clara quando disse para eles: ‘Isso é tudo que a gente tem. Esse trabalho realmente existe?’. Fui muito sincera, olhando nos olhos dele. E ele respondeu: ‘Claro que existe, a gente jamais faria isso.'”
“Estamos extremamente abalados. Ainda não consegui estornar [o valor] no cartão. Minha filha está arrasada, disse que não quer mais saber de ser modelo depois de sermos enganados”, acrescentou Deborah.
A família registrou um boletim de ocorrência sobre o caso no 1° Distrito Policial (São Vicente).
O G1 entrou em contato com Caio e a empresa Paulo Tavares Produções e Model, mas não obteve retorno até o momento.
