O capitão reformado da Polícia Militar de São Paulo Francisco das Chagas Ramalhaes Souza, de 63 anos, perdeu uma ação trabalhista, em 21 de novembro de 2012, e foi condenado a pagar R$ 3 mil para a diarista Elizete Lombardi Machado, de 53 anos. Para se vingar, ele forjou um elo entre ela e o Primeiro Comando da Capital (PCC). As informações são do colunista Josmar Jozino do UOL.

Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que no mesmo dia da ação trabalhista um informante anônimo telefonou para o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) e realizou uma notícia-crime de que na casa de Elizete, em Santa Bárbara D’Oeste, São Paulo, havia armas e munições de uso restrito e que ela era ligada ao PCC.

Os policiais foram à casa da diarista e encontraram um carregador de cartucho e 30 munições de pistola calibre 380, além de uma carta que mencionava ataques a ônibus e ameaçava matar cinco policiais militares.

Elizete foi encaminhada à delegacia da cidade para prestar esclarecimentos e reconheceu a letra de seu ex-patrão na carta. Ela também contou que um vizinho viu um homem de camisa branca e gravata entrando na sua casa e deixando uma sacola no muro.

O vizinho confirmou esse relato aos agentes. Ele disse que tentou avisar ao homem que Elizete não estava em casa, mas não deu tempo.

A Polícia Civil colheu material gráfico para comparar a letra de Francisco com a carta apreendida. A perícia do Instituto de Criminalística concluiu que ele escreveu a correspondência.

No último dia 12, a Justiça condenou o capitão reformado pelo crime de denunciação caluniosa. A princípio, a condenação foi de regime aberto, mas a juíza Camilla Marcela Ferrari, da 1ª Vara Criminal de Santa Bárbara do Oeste, substituiu a pena e Francisco terá que prestar serviços comunitários ou serviços para entidades públicas, porque ele é réu primário e não tem antecedentes.

O réu pode recorrer da decisão.