A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) investigam um caixeiro-viajante, de 38 anos, por ser suspeito de administrar bens de um líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) que está detido na Penitenciária Federal de Brasília. As informações são do colunista Josmar Jozino, do UOL.

O homem é alvo de dois inquéritos sobre lavagem de dinheiro. Um foi instaurado pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e outro, pela Central de Polícia Judiciária de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.

Além dele, o nome de uma advogada famosa é citado nos dois inquéritos policiais. Segundo as investigações, ela possui milhões de seguidores nas redes sociais e já defendeu integrantes do PCC e um criminoso acusado por uma assalto cinematográfico em São Paulo.

Os dois inquéritos correm em segredo de Justiça. A coluna de Josmar tentou contato com a defesa dos dois envolvidos, mas não obteve retorno até o momento.

Caixeiro-viajante

Conforme as investigações do Deic, o investigado possui registro profissional de caixeiro-viajante e camelô. Porém o que chamou a atenção foi que ele aparece como proprietário de uma empresa de transporte, lojas de roupas, estacionamento e de veículos de luxo. Para a Polícia Civil, todos esses bens são de um importante líder do PCC.

Os policiais do Deic cumpriram no dia 27 de outubro de 2021 mandados de busca, apreensão e prisão no apartamento em que o caixeiro morava com a esposa, no Jardim Anália Franco, no Tatuapé (SP). Nesse momento, os agentes descobriram que o homem alugou o imóvel da advogada.

O caixeiro foi detido em flagrante, mas acabou liberado no dia seguinte por determinação judicial.

No dia 19 de novembro de 2021, o MPSP o denunciou à Justiça por tráfico de drogas, posse ilegal de arma e munição e receptação de uma pistola calibre 40 que havia sido roubada. Todos esses objetos foram encontrados dentro do apartamento.

Depósitos em contas

O inquérito realizado pela Central de Polícia Judiciária de Presidente Venceslau constatou que o gerente de uma transportadora de veículos, localizada próxima da Penitenciária 2, onde ficava a liderança do PCC, depositava dinheiro nas contas do caixeiro-viajante e da advogada.

A Justiça autorizou a quebra do sigilo telemático e, por meio disso, a Polícia Civil de Presidente Venceslau descobriu que o gerente recebia 20% do lucro da transportadora.

Para a PC, o gerente é apenas um laranja do esquema de lavagem de dinheiro e a empresa pertence ao líder do PCC detido na Penitenciária Federal de Brasília, assim como os bens administrados pelo caixeiro.

A Justiça decretou a prisão preventiva do gerente e da sua esposa, que estão foragidos.

Procurada pela coluna, a defesa dos dois afirmou que eles são inocentes e todas as medidas necessárias para reverter esse quadro estão nas instâncias superiores.