O número de assaltos praticados por falsos entregadores de aplicativo tem crescido na cidade de São Paulo. Os bandidos, geralmente armados, colecionam cada vez mais vítimas. A disparada dos casos fez com que, em março, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) procurasse a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) para tratar do assunto. As informações são da coluna Carros do UOL.

Algumas ações dos criminosos foram flagradas por câmeras de segurança. Como no dia 14 de fevereiro deste ano, quando o circuito de segurança de um condomínio, na rua José Maria Lisboa, no Jardim Paulista (SP), registrou o momento em que pedestres foram abordados por dois homens que se passavam por entregadores.

Além de pessoas a pé, os criminosos miram motoristas, passageiros e até outros motociclistas. O assalto é realizado em questão de segundos e feito em dupla. Enquanto um rende as vítimas, outro recolhe os pertences.

A Abrasel enviou um ofício para o secretário João Camilo de Campos no qual sugere às empresas de entrega por aplicativo que “(sejam) mais rigorosas na seleção dos entregadores, também adotem algum tipo de dispositivo de segurança, como grafar o número do entregador em letras bem grandes na parte de trás e nos lados da caixa que porta as embalagens, facilitando a identificação deles por quem está na rua ou em carros”.

O UOL Carros pediu à SSP-SP os dados estatísticos a respeito da ação dos criminosos, mas eles não foram fornecidos. A secretaria apenas informou que “mantém diálogo permanente com a Abrasel e as empresas de entregas por aplicativos a fim de aprimorar os métodos de identificação dos entregadores e a segurança dos usuários dos sistemas”.

“As polícias Civil e Militar têm ampliado e reforçado os programas de policiamento, bem como as ações para coibir os roubos e furtos em toda capital, inclusive no entorno de terminais e pontos de acesso aos transportes públicos. Dentre essas atividades, estão as operações Capital Mais Seguro e a Hércules, que juntas já prenderam mais de 185 criminosos, recuperaram 43 celulares roubados ou furtados e apreenderam 37 motos irregulares”, completou.

Procurado, o iFood, uma das principais plataformas de entrega, comunicou que tem adotado medidas para confirmar se o cadastro feito pelo motoboy é utilizado “para prática de atividades ilícitas ou descumprindo o termo de uso da plataforma”.

Além disso, o aplicativo usa uma tecnologia de reconhecimento ótico para comprovar a veracidade dos documentos apresentados pelo entregador no momento do cadastro.

“O fato de uma pessoa utilizar uma bag (mochila) do iFood não significa que esteja fazendo uma entrega pela plataforma ou ainda que possua cadastro nesta. Não há a exigência de uso da bag com o logo do iFood e é possível realizar a compra deste item no iFood Shop, atrelado ao CPF de um entregador cadastrado na plataforma. Infelizmente, em uma busca rápida na internet, é possível notar a existência de um mercado paralelo de venda de bags.”

O iFood ressaltou que se dedica na investigação e prevenção de fraudes. Também afirmou que os casos identificados são direcionados às autoridades competentes.