Cerca de 15 alunas do 9° ano do ensino fundamental afirmaram que foram retiradas da sala de aula por estarem com regatas, croppeds e calças rasgadas. O caso ocorreu no dia 9 de março na Escola Estadual Parque Anhanguera, em São Paulo. A direção da escola teria considerado as roupas “inapropriadas”. As informações são da Universa.
As alunas divulgaram o caso por meio da página do Facebook Relatos de Estudantes. Na publicação, elas relataram que as garotas que estavam de casaco ou moletom foram obrigadas a retirá-los para que fosse feita a averiguação.
As meninas que estavam com as roupas consideradas inapropriadas foram conduzidas à secretaria da escola. Como justificativa, a direção teria informado que as suas vestimentas poderiam incentivar os alunos homens a cometerem assédio e a instituição não iria se responsabilizar por isso.
A direção também ressaltou que, caso não trocassem de roupa, as meninas seriam impedidas de entrar na escola.
No final da publicação, as estudantes relataram que se sentiram desrespeitadas e constrangidas.
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Investigação
Devido à grande repercussão, o caso chegou até o advogado Ariel de Castro Alves, integrante do Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Segundo ele, os envolvidos no caso devem ser investigados por submeterem as estudantes a vexame e constrangimento.
“É necessário que as vítimas, acompanhadas de seus pais ou responsáveis, procurem o Conselho Tutelar mais próximo e a delegacia, para registro de ocorrência”, disse o advogado em entrevista à Universa.
“Tem que respeitar as formas de vestimentas das alunas, que é comum entre os adolescentes da mesma geração e contextos sociais. O ECA prevê a necessidade do processo educacional, respeitar os valores culturais, históricos próprios da realidade que vivem. Garantindo a liberdade a eles”, completou.
Protesto
Na última sexta-feira (11), as alunas fizeram um protesto e espalharam cartazes sobre o caso nos arredores da Escola Estadual Parque Anhanguera. Assim como dentro da instituição.
Por meio de nota, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) afirmou que “a abordagem tomada pela escola não condiz com as orientações da pasta e que a Diretoria de Ensino Norte 1, responsável pela unidade, irá averiguar o ocorrido e reorientar todos os funcionários”.