Sou uma boa dona de casa

Sou uma boa dona de casa

Por Milly Lacombe / Fotos Bob Wolfenson / Edição de moda Flavia Pommianosky e Davi Ramos / Beleza Robert Estevão (Capa MGT) Quando chegou a São Paulo, com apenas 15 anos, Carol foi morar num apartamento com outras 12 aspirantes a modelo. Ela não lembra como conseguiu aguentar ficar longe da mãe, com quem dormia na mesma cama até ser vista andando pelas ruas de Panambi e ser convidada para fazer testes em uma agência paulistana. ?Eu chorava muito. Chorava para andar de ônibus porque tinha medo da cidade, de me perder. Chorava na cama antes de dormir de saudade de casa, chorava na área de serviço do apartamento, mas alguma coisa me movia, me fazia acordar no dia seguinte, entrar no ônibus, ir fazer o teste. Ia chorando, mas ia.? Em São Paulo conheceu Anderson Baumgartner, seu agente até hoje, e figura masculina que de certa forma preencheu uma ausência importante; foi ele que entrou com ela na Igreja no ano passado. Para deixar a história ainda mais poética, Anderson, o Dando, como ela o chama, é irmão de Fabio e, portanto, agora cunhado. Quando teve que fazer trabalhos em Nova York, Carol lembra que não falava nem ?hello? e não fazia ideia de quem era Marc Jacobs, para quem foi trabalhar logo de cara. ?Carol sempre quis fazer tudo, lavar, passar, fazer a nossa comida. Eu já perguntei a ela diversas vezes se não queria que contratássemos uma empregada, mas ela prefere assim?, conta Fabio, derretido. Veja fotos do ensaio! Há um mês começaram os chutes. ?Tudo mudou com os chutes?, diz ela no sofá da sala do apartamento paulistano do cunhado, onde está temporariamente instalada até que a reforma do seu, quase colado ao dele, acabe. ?É muito forte sentir uma coisa mexer dentro de você. Agora existe uma troca, é uma energia grande demais?. Carol não vai acelerar a volta ao trabalho, não quer ser aquela modelo que as pessoas veem na passarela e dizem: ?Gente! Teve filho faz três semanas e olha o corpão.? ?Vou me dar esse tempo, hoje eu posso, planejei chegar a esse ponto da minha vida assim, quero testemunhar o crescimento de meu filho de perto?, explica. Sem se dar conta, Carol é quase modelo desse novo feminismo, tão feminino. ?Sou uma boa dona de casa, por isso eu levanto sim essa bandeira. Não de a mulher parar de trabalhar, pelo contrário, acho que onde chegamos hoje foi tudo conquistado, mas sim de a mulher encontrar um equilíbrio, uma harmonia para ser mulher.? Carol é dessas que deixariam Peggy Olson orgulhosa. Se um dia a mulher teve que se adaptar ao mercado de trabalho, hoje é o mercado de trabalho que terá de se adaptar a ela. Simplesmente porque não há mais indústria no mundo que se sustente sem o feminino nos meios de produção, dentro dos quais, aliás, já se diz ?por favor? e ?obrigada?. (Colaborou Simone Blanes) Leia a matéia na íntegra na IstoÉ Gente de maio, que está nas bancas! Siga Gente no Twitter!