Quando “Black Mirror” estreou na TV britânica, em 2011, chamou a atenção por mostrar um futuro bem mais sombrio do que as otimistas produções de ficção científica que enalteciam a tecnologia. Foi uma surpresa quando a realidade de 2020 superou até mesmo a distopia apresentada na série. Seus criadores, Charlie Brooker e Annabel Jones, tiveram de se reinventar: já que a pandemia impediu a filmagem de novas temporadas, a saída foi fazer uma retrospectiva original do pior ano na história. “2020 Nunca Mais” (“Death to 2020”/“Morte a 2020”, no original) é um documentário ficcional, com formato híbrido que alterna fatos reais e entrevistas encenadas – mas que poderiam facilmente ser verdadeiras. Astros como Samuel L. Jackson, Hugh Grant e Lisa Kudrow interpretam personagens caricaturais que marcaram o ano passado, como a dona de casa que espalha fakenews pelas redes sociais; a porta-voz do governo americano que recusa a verdade; o historiador conservador com tendências fascistas; e por aí vai. O projeto usa a ficção para ressaltar o que de fato aconteceu, resultando em algo surpreendente não apenas por lembrar o que o ano teve de péssimo – mas também por mostrar o tipo de gente que ajudou a torná-lo ainda pior.

No túnel do tempo

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Quem quiser esquecer 2020 e buscar refúgio no passado terá abrigo na Globoplay. Em 2021, a plataforma vai apostar em sucessos antigos da Rede Globo, como as novelas “Chocolate com Pimenta” e “Vereda Tropical”. Estarão disponíveis ainda clássicos dos anos 1970, como “Pai Herói” e “Pecado Capital” (foto). Haverá também espaço para as novidades, como as temporadas de “A Divisão”, “Arcanjo Renegado” e “Sessão de Terapia”, com Rodrigo Santoro no papel de terapeuta, além de conteúdo inédito: o documentário “Dr. Castor”, sobre a vida do bicheiro Castor de Andrade.