Uma kombucha criada no Rio Grande do Norte promete acabar com as noites mal dormidas. A criação da bebida faz parte do biohacking, caracterizado pela aplicação de técnicas científicas para o próprio bem-estar e, então, para o de outras pessoas. A bióloga, doutora em biotecnologia e professora da Universidade Federal Rural do Se­­mi-Árido (Ufersa), Fernanda Matias, acredita que o movimento veio para ficar. Ela é biohacker e foi para resolver a insônia decorrente de problemas de saúde que deu início ao atual foco da startup Meltech: o Elixir do Sono.

Para casar com a alternativa natural, optou por trabalhar com produtos nacionais, unindo a sabedoria popular à científica: “Procurei entender as plantas brasileiras e conversar com pessoas de comunidades locais, além de fazer a pesquisa de princípios ativos”. São três árvores e arbustos que compõem o líquido de receita sigilosa, duas da Caatinga e uma da Amazônia.

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Diferente de outras kombuchas, o elixir não tem cafeína ou álcool. “A minha cultura [colônia de bactérias e leveduras] é das originais, tem 15 anos. Ela usa a cafeína do mate e da Camellia sinensis para se alimentar.” Segundo Matias, a kombucha do sono tampouco gera dependência e, depois de alguns dias, a necessidade de ingeri-la simplesmente passa: “Seu objetivo é auxiliar a identificar o ciclo circadiano [funções biológicas ao longo de um dia], para os hormônios do cérebro perceberem que é hora de dormir”.

Efeitos rápidos

A esteticista e cosmetóloga Creila Tristão Rodrigues Moreira comprova a eficácia. Ela começou a usar o elixir em dezembro e conta que, já na primeira semana, sentiu os efeitos positivos do consumo: “Essa kombucha me salvou a vida. Eu tomava Zolpidem há mais de quatro anos. Consegui parar com esse medicamento e estou diminuindo o outro. Hoje, tomo o elixir às vezes, quando quero ficar mais na cama”. Luís Otávio Aguiar Cavicchia, graduando em Nutrição na Universidade Federal de Viçosa (UFV), lembra que outros fatores são importantes para dormir bem. “Uma dieta variada pode exercer efeitos positivos nos parâmetros relacionados ao sono”.