Uma virada significativa está acontecendo no imaginário profissional brasileiro: pela primeira vez, o sonho de empreender supera o desejo de ter um emprego formal com carteira assinada. Segundo os resultados recentes da Hibou Pesquisas e Insights, 33% dos brasileiros entre 16 e 34 anos querem abrir o próprio negócio, contra 32% que ainda preferem a estabilidade da CLT.
A diferença, que ainda é mínima, revela uma transformação de mindset. “Não é apenas uma moda, é maturidade. Os jovens estão entendendo que podem ser protagonistas da própria história e a nova geração tem sonhos diferentes das outras. Gostam de ter mais autonomia e independência”, avalia Carol Paiffer, empresária, investidora e referência no fomento ao empreendedorismo no Brasil.
Porém, o abismo entre intenção e ação ainda é grande. Apenas 12% da população adulta tem um negócio próprio, número que não varia muito entre os mais jovens. Parte disso se explica pelo contexto: empreender no Brasil ainda exige saber lidar com burocracia, falta de acesso a capital e pouca educação empreendedora nas escolas. ‘’Por isso, decidi licenciar a marca da Shark Tank E-School no Brasil. É muito importante que a gente comece a implementar essa mentalidade inovadora desde cedo, sempre atrelado à educação financeira. As crianças e adolescentes que passam pelo método já crescem com a ideia de que podem ser os líderes do futuro e se sentem autônomos e capazes”.
Carol Paiffer trouxe a marca licenciada Shark Tank E-School para o Brasil este ano. O projeto piloto foi implementado no Colégio Invictus, em São José do Rio Preto, e já tem planos de expansão, com um time de professores de peso e diversos produtos, como aulões especiais e cursos preparatórios.
A pesquisa da Hibou também mostra que apenas 42% dos brasileiros afirmam estar trabalhando na área em que se formaram ou que ainda vão se formar até o fim de 2025 — número que cai ainda mais com o passar do tempo: é de 59% entre os mais jovens e desaba para apenas 24% entre os profissionais com mais de 55 anos. Para Carol, isso também reforça a força do empreendedorismo como alternativa real de carreira. “O meu papel como incentivadora é ajudar essas pessoas a transformar necessidade em oportunidade, com mais preparo, planejamento e visão de longo prazo”, diz Carol, que é fundadora e CEO da Dinastia Aceleradora, responsável por alavancar mais de 90 negócios.