NAIRÓBI, 25 DEZ (ANSA) – Na manhã desta quinta-feira (25), sob forte esquema de segurança, as urnas foram abertas na capital da Somália, Mogadíscio, e na região de Banaadir, que engloba a metrópole, para as primeiras eleições locais com sufrágio universal no país em quase 60 anos.
A Comissão Eleitoral Nacional Independente informou que a votação ocorre em 523 seções eleitorais em 16 distritos, segundo a agência de notícias nacional Sonna. 20 partidos e movimentos políticos disputam um pleito tido como histórico, com cerca de 1,6 mil candidatos concorrendo a vagas em conselhos legislativos locais, incluindo 1.246 homens e 361 mulheres.
De acordo com a comissão, quase 1 milhão de cidadãos se registraram para votar, metade dos quais retirou seus títulos de eleitor apenas um dia antes da eleição.
O presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, descreveu a ocasião como um teste para as eleições nacionais previstas para 2026, porém forças de oposição acusam o governo de centralizar o processo eleitoral e decidiram boicotar o pleito.
Situado na África Oriental, o país luta para se recuperar de décadas de conflito e caos, enfrentando uma sangrenta insurgência islâmica e frequentes desastres naturais.
O sistema de votação direta da Somália foi abolido após a ascensão de Siad Barre ao poder em 1969. Desde a queda de seu governo, em 1991, o sistema político do país gira em torno de uma estrutura baseada em clãs. (ANSA).