No último domingo (16), Mohamed Ibrahim Moalimu foi alvo de um atentado suicida em Mogadíscio, capital da Somália. Com esse, o homem sobreviveu a cinco ataques. Mary Harper, editora do Serviço Mundial da BBC na África, contou um pouco da história de Moalimu, com quem trabalhou quando esteve na Somália. As informações são do G1.

Mary Harper conheceu Mohamed quando ele trabalhava como jornalista local para a BBC. Ele foi seu colega de trabalho quando ela esteve na Somália para cobrir o caos que o país se tornou, pois está em guerra há mais de três décadas.

Segundo Mary, Moalimu foi vítima de um primeiro ataque em junho de 2013. Quando integrantes do al-Shabab (grupo extremista contra o governo da Somália) invadiram um complexo das Nações Unidas e atiraram no máximo de pessoas que podiam. Ele passava de carro na frente dos prédios quando os restos mortais de um homem-bomba quebraram o para-brisa do seu veículo.

O segundo ataque aconteceu em 2016 quando estava em um restaurante à beira-mar. Combatentes do al-Shabab cercaram o local e atiraram contras as pessoas. Moalimu sobreviveu após ficar horas deitado sobre o próprio sangue e fingindo que estava morto.

Após sofrer outros dois ataques, Mohamed Moalimu resolveu virar porta-voz do governo da Somália, para assim se tornar parlamentar e fazer a diferença em seu país.

No entanto, essa tarefa pode ser um pouco mais complicada, pois Moalimu pode morrer antes de completá-la. No domingo (16), ele foi alvo direto de um atentado suicida comandado pelo grupo al-Shabab, que assumiu a autoria horas depois.

De acordo com Mary Harper, um homem-bomba esperou Mohamed entrar em seu veículo, correu na direção do carro e detonou os explosivos.

O veículo ficou destruído após o ataque. Moalimu sobreviveu com diversos ferimentos pelo corpo e uma de suas pernas quebrou. Ele foi socorrido e encaminhado para um hospital da região.

Alguns dias depois, ele foi transferido de avião para um hospital na Turquia, onde permanece internado e seu estado de saúde é estável.

Apesar de todo o sofrimento, Mohamed Ibrahim Moalimu pretende voltar e continuar em seu país, contou Mary Harper.

Reprodução/BBCMary Harper e Mohamed Ibrahim Moalimu (Crédito:Reprodução/BBC)