Nesta quarta-feira, 6, o grupo japonês SoftBank divulgou que teve, no 3.º trimestre de 2019, seu primeiro prejuízo trimestral em 14 anos, na casa de US$ 6,5 bi. A principal razão para o mau desempenho foram as perdas de US$ 8,9 bilhões do Vision Fund, o multibilionário fundo de investimentos liderado pela empresa de Masayoshi Son.

Há um nome por trás do prejuízo do Vision Fund: a startup de escritórios compartilhados WeWork, que recebeu no mês passado uma injeção de mais de US$ 10 bilhões do SoftBank. Os recursos foram usados para dar novo fôlego à empresa, depois que ela desistiu de fazer sua abertura de capital por conta do desânimo dos investidores quanto a seu modelo de negócios e sua governança comprometida.

“Meu julgamento sobre o investimento foi ruim em muitos aspectos”, disse Son, de 62 anos, em entrevista após os resultados. Foi uma declaração notável para um executivo conhecido por seu entusiasmo.

É um exemplo para o risco de investimentos em startups, especialmente naquelas que são deficitárias. Além do WeWork, o SoftBank também é acionista do Uber, que luta para ser lucrativo e chegou na quarta-feira a seu menor valor no mercado, de US$ 26 – bem abaixo dos US$ 42 na estreia na bolsa, em maio.

“O que houve com o SoftBank não foi um fracasso, mas um tropeço”, define Pedro Waengertner, professor da ESPM. Para ele, é difícil avaliar o momento da empresa em um cenário de curto prazo. “Um fundo faz investimentos para mais de cinco anos, então é complicado definir suas práticas antes disso.” / BRUNO CAPELAS, COM REUTERS

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.