Familiares de pacientes do Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio, denunciam casos de maus-tratos por parte dos funcionários e as condições precárias da unidade. Segundo a denúncia, faltam desde materiais básicos, como algodão, luvas, álcool e fraldas geriátricas, até insumos para quimioterapia.
A filha de uma paciente, que não quis se identificar, relata que, mesmo com leitos vazios, pacientes aguardam dias na sala de medicação. Segundo ela, os quartos ficariam “reservados” para dependentes de PMs com patentes mais altas. “A gente fica dias na sala de medicação com outros pacientes. Sabemos que tem quarto vago, mas as pessoas ficam dias esperando”, contou.
A denunciante também relata que faltam oncologistas, psiquiatras e neurologistas. Aos fins de semana, cerca de quatro enfermeiros ficam responsáveis por, em média, 35 pacientes e não há visita médica. A maioria dos atendimentos é realizada por residentes que, segundo a denúncia, destratam pacientes e acompanhantes ao serem questionados sobre os métodos de tratamento. As queixas feitas aos médicos responsáveis pelo serviço não dão resultado. “A gente vai cansando, porque não sabe mais para quem pedir ajuda. Esperamos que se trabalhe com respeito, porque quem está ali já pagou para ser tratado dignamente, quando precisasse”, lamentou a filha de um paciente.
Para completar, há falta de segurança no HCPM. Em 11 de outubro, a reportagem do DIA esteve no local e não teve a entrada impedida em nenhuma das alas nem precisou se identificar. “É muito inseguro ficar aqui, qualquer um entra e sai a hora que quer, sem ninguém perguntar nada. Aqui é um hospital onde ficam internados PMs e parentes de PMs. Se um bandido quiser entrar aqui para fazer uma maldade, vai entrar com facilidade, porque não tem controle”, afirmou um paciente.