SÃO PAULO, 31 JAN (ANSA) – A espanhola Karla Sofía Gascón, primeira transgênero indicada ao Oscar de melhor atriz, se manifestou publicamente após ter sido acusada de xenofobia, racismo e islamofobia por internautas que resgataram antigas publicações no X, ex-Twitter.
“Quero reconhecer a conversa em torno de minhas postagens anteriores nas redes sociais que causaram mágoa. Como alguém em uma comunidade marginalizada, conheço muito bem esse sofrimento e lamento profundamente por aqueles a quem causei dor. Durante toda a minha vida, lutei por um mundo melhor. Acredito que a luz sempre triunfará sobre a escuridão”, disse Gascón em comunicado enviado à revista Variety.
A polêmica começou quando a artista acusou, sem provas, a equipe da brasileira Fernanda Torres, sua adversária no Oscar de melhor atriz, de criticá-la e atacar “Emilia Pérez”, que concorre à estatueta em 13 categorias.
Gascón voltou atrás logo em seguida, afirmando que se referia a ataques de fãs, mas internautas resgataram diversas publicações preconceituosas dela nas redes sociais.
Em 2021, por exemplo, a atriz criticou a cerimônia do Oscar, que premiou “Nomadland”. “Cada vez mais o Oscar se parece a uma entrega de prêmios de cinema independente e de cinema reivindicativo, não sabia se eu estava vendo um festival afro-coreano, uma manifestação do Black Lives Matter ou o 8M [greve internacional de mulheres]. Faltou dar um prêmio para o curta do meu primo, que é manco”, ironizou.
Já em 2020, a espanhola atacou a presença de muçulmanos em seu país. “Perdão, é impressão minha ou cada vez há mais muçulmanos na Espanha? Cada vez que vou buscar minha filha na escola há mais mulheres com os cabelos cobertos e as saias até os calcanhares. Se continuar assim, no ano que vem, em vez de inglês, teremos de dar árabe? e um cordeiro”, publicou Gascón.
A Netflix, proprietária dos direitos de “Emilia Pérez”, e a Academia do Oscar não comentaram a polêmica. (ANSA).