As equipes de resgate espanholas retomaram nesta quarta-feira (12) as buscas por embarcações de migrantes desaparecidos, segundo uma ONG, perto do arquipélago das Canárias, que haviam sido suspensas, devido às más condições meteorológicas nessa região do Atlântico.

“Um avião partiu há cerca de meia hora” para fazer um voo de reconhecimento, disse à AFP uma porta-voz do serviço espanhol de Salvamento Marítimo. “No momento não temos mais informações”, acrescentou.

Devido às condições meteorológicas desfavoráveis, o avião não conseguiu decolar na manhã desta quarta-feira, indicou a Salvamento Marítimo.

Dada a amplitude desta zona próxima do arquipélago espanhol, as buscas são feitas por via aérea e em colaboração com as embarcações que navegam nas imediações.

Segundo a ONG espanhola Caminando Fronteras, que baseia seus dados em testemunhos de migrantes ou de suas famílias, continuam desaparecidas três embarcações que partiram do Senegal com cerca de 300 migrantes a bordo.

Uma delas partiu em 27 de junho da cidade senegalesa de Kafountine, a 1.700 quilômetros da costa das Ilhas Canárias, com pelo menos 200 pessoas a bordo, segundo a ONG.

Na segunda-feira, a equipe de Salvamento Marítimo resgatou 78 migrantes que estavam em um barco precário. Mas, de acordo com a ONG, não era um dos três barcos desaparecidos.

A confusão aumentou na terça-feira, quando o Ministério das Relações Exteriores do Senegal emitiu um comunicado, negando que seus cidadãos estivessem desaparecidos no mar.

“O ministério (…) ficou assombrado ao ouvir relatos nas redes sociais sobre o desaparecimento no mar de pelo menos 300 supostos emigrantes senegaleses, cujos barcos saíram de Kafountine rumo às Ilhas Canárias”, afirmou.

“Foram realizadas verificações para mostrar que esta informação é completamente infundada”, acrescentou.

Além disso, o ministério acrescentou que 260 senegaleses foram resgatados entre 28 de junho e 9 de julho em águas marroquinas, mas não especificou se eram dos barcos inicialmente mencionados pelo Caminando Fronteras.

Procuradas pela AFP, as autoridades marroquinas não confirmaram a informação.

Em um comunicado divulgado hoje, a Caminando Fronteras disse, por sua vez, ter conseguido verificar que os salvamentos mencionados por Dacar correspondem “a outros alertas de embarcações que também saíram da costa do Senegal, mas não às que levavam a bordo as 300 pessoas em busca”.

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