O julgamento de quatro réus pelo crime de homicídio no incêndio da Boate Kiss em Santa Maria (RS), em janeiro de 2013, entrou neste domingo (5) no quinto dia no Tribunal do Júri de Porto Alegre. As informações são do G1.

A tragédia, que matou 242 pessoas e deixou 636 feridas, começou no palco, onde se apresentava a Banda Gurizada Fandangueira, e logo se alastrou, provocando muita fumaça tóxica. Um dos integrantes disparou um artefato pirotécnico, atingindo parte do teto do prédio, que pegou fogo.

Neste domingo (5), Tiago Mutti, ex-proprietário da boate, deve ser ouvido como testemunha de defesa do réu Mauro Hoffmann, sócio da casa noturna. Em seguida, o sobrevivente Delvani Brondani Rosso, convocado a pedido de um assistente de acusação, deve prestar depoimento.

Até o momento, oito sobreviventes foram ouvidos. Quatro pessoas falaram como testemunhas e uma respondeu aos questionamentos como informante. Ao todo, 16 pessoas serão ouvidas na condição de testemunhas, além dos quatro réus.

Relembre o caso

A tragédia, que matou principalmente jovens, marcou a cidade de Santa Maria, conhecido polo universitário gaúcho, e abalou todo o país, pelo grande número de mortos e pelas imagens fortes. A boate tinha apenas uma porta de saída desobstruída. Bombeiros e populares tentavam, de todo jeito, abrir passagens quebrando os muros da casa, mas a demora no socorro acabou sendo trágica para os frequentadores.

A maior parte acabou morrendo pela inalação de fumaça tóxica, do isolamento acústico do teto, formado por uma espuma inflamável, incompatível com as normas de segurança modernas, que obrigam a instalação de estruturas produzidas com materiais antichamas.

Desde o incêndio, as famílias dos jovens mortos formaram uma associação e, todos os anos, no dia 27 de janeiro, relembram a tragédia, a maior do estado do Rio Grande do Sul e uma das maiores do Brasil.