Clara Maya, sobrinha do ex-diretor Wolf Maya, revelou em entrevista à Quem que registrou, em dezembro do ano passado, um boletim de ocorrência contra Djalma Júnior, filho do ex-jogador de futebol Djalminha. O rapaz teria cometido importunação sexual e lesão corporal contra ela durante uma festa realizada no dia 13 de dezembro.

Na última quinta-feira (18), a DJ de 23 anos voltou à delegacia para prestar um novo depoimento. Em sua denúncia, Clara realizou o exame de corpo de delito e o laudo do Instituto Médico Legal deu positivo para lesão corporal produzida através de ação contundente.

“O processo está aguardando o relatório do delegado e será revertido para a Justiça criminal. Estou com o laudo psicológico da Clara, que está sofrendo muita mágoa e dor diante de tamanha agressão. Também estarei tomando medidas cabíveis para que ela seja indenizada por essa dor na alma”, explicou Sylvio Guerra, advogado da jovem.

Segundo o profissional, Djalma Jr. faltou a três intimações para depor. Já Djalminha prestou depoimento como testemunha.

Após deixar a delegacia, a DJ recordou que foi contratada por Djalminha para tocar em seu aniversário de 50 anos em Guaratiba. “Já tinha tocado em outros eventos da família e me contrataram para tocar. Durante a festa, toquei de nove da noite até três e meia da manhã. Nisso, o Djalma Júnior, que todos chamam de ‘bebê’, ficava indo me assediar. Falava: ‘nossa, você está uma gata’. E tentando me puxar para dar um beijo. Teve uma hora que chegou apertando minha bunda e me chamando de gostosa. Fui incisiva e disse: ‘que isso, está louco?'”, lembrou.

Clara contou que, depois do aviso, o rapaz pareceu ter ficado assustado. “Depois ele voltou para o meu lado e falou que queria aprender a tocar. Disse: ‘posso ficar aqui do lado?’. E ele vinha para cima de mim o tempo todo. Quando acabou a festa, três e meia, fui solicitar o Uber e deu que o motorista ia demorar 18 minutos para chegar, porque Guaratiba é muito longe. Nisso que estava esperando o carro chegar, o Djalminha veio me agradecer pela festa, elogiou o ‘show lindo’ e me perguntou se tinha sido tudo bem. Respondi que sim, tirando o fato de que o ‘bebê’ ficou a noite inteira me importunando e foi muito chato. Nessa hora, ele virou e me disse: ‘isso porque você não viu o tamanho da piroca do meu filho. Ele está muito pirocudo'”, disse.

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Clara afirmou ter ficado horrorizada com o comentário do ex-atleta. “Falei para ele: ‘não estou acreditando que você está falando isso’. Ele achou engraçado e saiu andando. Nisso, o filho dele se sentou na mesa e perguntou: ‘está indo embora? Como?’ Respondi que iria de uber. Ele então falou: ‘poxa, estou sem bateria, não tenho como ir embora. Vou ter que voltar para casa. Por que você não vai para casa comigo?’ Respondi que iria para a minha casa no Joá. Ele me pediu uma carona e disse que daria. Ele então falou: ‘mas você podia dormir comigo, me dá essa chance’. Respondi: ‘estou de saco cheio, te conheço desde criança. Vou te deixar em casa, mas você não vai mais ficar me importunando'”, avisou.

Clara contou que o rapaz ficou em choque, mas em seguida teria jogado um copo de bebida em cima dela. “Ele me molhou inteira e começou a me xingar, me chamar de vagabunda, FDP. Estava exausta e comecei a chorar com aquela humilhação toda. Achei o pai dele e falei: ‘olha o que seu filho fez comigo. Ele está me assediando’. O Djalminha me pediu desculpa. Avisei que queria ir embora, que meu uber estava chegando e pedi se ele poderia me levar na porta porque era distante até a saída e estava escuro. Ele foi me levando, fui chorando, tinha carinho por ele e por todo mundo”, explicou.

Enquanto andava até o carro, Clara disse que ouviu alguém pisando mais forte atrás dela e de Djalminha. “Comecei a escutar uns passos fortes e rápidos. Foi aí que o ‘bebê’ me deu um soco no olho e fez com que eu ficasse com o olho lesionado. O pai dele tentou me defender e eles entraram em luta corporal. Foi o tempo que peguei minhas coisas e consegui fugir. Ainda não tinha chegado no carro e ele me puxou pela alça da minha bolsa e passou a me golpear com ela. Também começou a me chutar e bater. O Djalminha virou as costas e voltou para a festa. E eu gritei: ‘socorro, volta, Djalma!’. Ele voltou, tirou o filho dele de cima de mim e foi o momento que consegui entrar no carro e ir embora”, contou.

Clara recordou que o motorista do uber ainda foi rude com ela. “Ele achou que eu estava alcoolizada. Perguntou: ‘onde é que levo ela?’ E eu explicando que não estava bêbada, que estava trabalhando. Foi cena de filme de terror. Me dá ânsia relembrar tudo isso. Do carro liguei para a irmã dele, que era minha amiga, e falei aos prantos que o irmão dela tinha me agredido, que eu estava com o rosto desfigurado, inchado. A mãe dele falou que queria ir ao meu encontro para cuidar de mim. Falei que não queria, que estava em pânico. Aí no dia seguinte a mãe dele me ligou, me pediu para não prestar depoimento contra ele, porque ele já tinha uma agressão em aberto da ex-mulher. Falou que a família estava encrencada, que o Djalminha estava envolvido com dívidas de jogo, que era para eu ter compaixão. Graças a Deus, tive o apoio do meu advogado e de pessoas que me ajudaram”, disse.

Clara afirmou que quando o caso veio à tona, a ex-namorada de Djalma Júnior entrou em contato com ela. “Aí foi um show de horrores. Ela me contou que ele fazia abuso psicológico com ela, que amarrava ela na cadeira, barbaridades. Na semana que me agrediu, ele tinha sido condenado a 12 dias de prisão domiciliar por agressão. Ou seja, ele não poderia estar em festas, na rua e sair do Estado do Rio”, afirmou ela, acrescentando que a família do rapaz parece ignorar as agressões. “Mesmo depois de tudo, eles ficam tentando negar. Fugiram com o menino para a Bahia. É muito decepcionante porque eram pessoas por quem eu tinha carinho, admiração e respeito. Mas, independentemente disso, não podemos passar a mão na cabeça de um cara desses. Porque ele já agrediu uma, duas, vai matar a terceira? Se eu não tivesse chegado até o uber, será que estaria aqui agora? A justiça tem que ser feita. Ele acha que vai ficar impune”, lamentou.

Procurado por Quem, Djalminha não quis comentar o caso. Questionado se Djalma Júnior teria um advogado para explicar a versão dele sobre o ocorrido, o ex-jogador disse, outra vez, que não se pronunciaria: “Não tenho nada a falar”, falou, desligando o telefone rapidamente.

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