RIO DE JANEIRO (Reuters) – Subiu para ao menos 25 o número de mortos nos confrontos entre policiais militares e federais com suspeitos durante operação contra o tráfico de drogas na favela Vila Cruzeiro, informaram autoridades policiais e de saúde do Rio de Janeiro nesta quarta-feira.

O número de vítimas fatais faz da ação de terça-feira a segunda mais letal já realizada pela polícia fluminense, abaixo apenas de operação no Jacarezinho, também na zona norte da capital fluminense, há um ano, quando 28 pessoas morreram.

Ainda há seis feridos internados em decorrência dos conflitos na Vila Cruzeiro, um deles em estado grave.

Segundo a polícia, a maioria das vítimas teria ligação com o tráfico de drogas. No entanto, muitos dos corpos ainda não foram identificados e parentes das vítimas buscam informações junto ao Instituto Médico Legal.

Um mulher de 41 anos atingida por um disparo em uma favela vizinha ao local do conflito foi enterrada nesta quarta-feira.

O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu um procedimento investigatório para apurar as circunstâncias das mortes e determinou que a PM envie, em um prazo máximo de dez dias, o procedimento de averiguação sumária dos fatos ocorridos durante a operação, “ouvindo todos os policiais militares envolvidos e indicando os agentes responsáveis pelas mortes, além de esclarecer sobre a licitude de cada uma das ações letais“.

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Os tiros na comunidade começaram ainda de madrugada de terça, e moradores relataram nas redes sociais o clima de medo e pânico na Vila Cruzeiro. Cerca de 20 unidades de ensino não funcionaram nesta terça por causa do tiroteio.

Segundo nota da PM fluminense, houve um confronto entre traficantes e policiais, incluindo, em uma área de mata da comunidade. Informações do serviço de inteligência da PM apontaram que lideranças de uma facção criminosa vindas de outros Estados, como Pará, Bahia e Alagoas, estavam escondidas na favela.

Segundo Universidade Federal Fluminense (UFF), entre 2007 e 2021, no Estado do Rio, mais de 590 ações policiais registraram, pelo menos, três mortes e contabilizaram, ao todo, 2.374 mortes. Foram quase 18 mil operações no período.

(Por Rodrigo Viga Gaier)

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