A cocaína apreendida em uma megaoperação militar no fim de semana aumentou de 10 para 22 toneladas, informou o Exército do Equador nesta segunda-feira (22). Os militares estão mobilizados em todo o país em meio a uma guerra contra facções do narcotráfico.

Na operação, iniciada no domingo na cidade costeira de Vinces, na província de Los Ríos, a 200 km de Quito, forças militares encontraram “cerca de 22 toneladas de cloridrato de cocaína distribuídas em 733 volumes”, comentou a instituição na rede social X.

Na véspera, o Exército confiscou 10 toneladas dentro de um porão em uma área rural e classificou a operação como uma das mais significativas “dos últimos tempos”.

Nas imagens oficiais, a droga é vista embalada em grandes bolsas pretas e brancas. Junto com o entorpecente, os militares acharam também fuzis e munições.

As autoridades consideram que a cocaína seria transportada para Ásia, Europa, América do Norte e Central, “utilizando pequenas aeronaves de baixa performance”.

“Esta operação representa um forte enfraquecimento da capacidade operacional, logística e financeira do tráfico de drogas em nível mundial, gerando uma perda de 50 mil dólares [R$ 247 mil] por quilo”, acrescentou o Exército.

Localizado entre Colômbia e Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo, o Equador se tornou um centro logístico para a distribuição da droga, sobretudo para os Estados Unidos e a Europa.

Cerca de 20 grupos criminosos, ligados aos cartéis mexicanos e colombianos, disputam as rotas e aterrorizam as ruas. Entre 2018 e 2023, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes passou de seis para 46, um recorde.

A última investida eclodiu quando foi detectada, em 8 de janeiro, a fuga da prisão de Adolfo Macías, o “Fito”, líder da principal facção do país, Los Choneros. A violência das últimas semanas já deixou 20 mortos e um país amedrontado.

O presidente Daniel Noboa declarou a nação em “conflito armado interno”, de forma que as forças militares realizam operações para controlar as organizações do narcotráfico.

Em 2023, foi apreendido no Equador o recorde de 220 toneladas de drogas.

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