As fortes chuvas que atingiram o sudeste do país deixaram pelo menos 23 mortos desde sexta-feira (22) nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, onde as autoridades descreveram uma situação “caótica” devido às enchentes.

O número de mortos no Espírito Santo subiu para 15 neste domingo, ante quatro registrados na véspera, segundo boletim matinal do governo do estado.

O município mais afetado é Mimoso do Sul, cidade de quase 25 mil habitantes localizada no sul do estado, onde pelo menos 10 pessoas morreram nas enchentes, segundo o número oficial, que deve aumentar nas próximas horas.

A situação lá é “caótica” e até agora os danos não foram mensurados, disse no sábado o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, nas redes sociais.

Cerca de 13 municípios deste estado vizinho do Rio de Janeiro estão em situação de emergência e muitos deles permaneceram isolados nas últimas horas de sábado, com comunicações e acessos interrompidos, disse Casagrande.

As equipes de resgate trabalharam contra o tempo para ajudar pessoas isoladas, com barcos e aeronaves.

Enquanto isso, a tempestade causou pelo menos oito mortes no Rio de Janeiro desde o início das chuvas na sexta-feira, a maioria devido a deslizamentos de terra na região serrana do estado, informaram as autoridades.

Quatro dessas mortes foram consequência do desabamento de residências na cidade de Petrópolis, localizada a cerca de 70 quilômetros da capital do estado e palco de uma tragédia que deixou 241 mortos em fevereiro de 2022.

Os alertas de fortes chuvas continuaram neste domingo em diferentes áreas do sudeste, onde as autoridades implantaram fortes operações para tentar conter os danos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade aos familiares das vítimas e atingidos, em mensagem publicada na noite de sábado nas redes sociais.

Tragédias como estas “se intensificam com as mudanças climáticas”, disse o presidente, que destacou os esforços para reforçar a prevenção e reação a catástrofes, e disponibilizou equipes para colaborar com os governos locais.

A tempestade que atinge parte do Brasil se deve à chegada de uma frente fria após uma onda de calor extremo na região.

Essa massa impactou o Rio Grande do Sul em meados da semana passada, e avançou em direção a São Paulo e Rio, antes de chegar ao Espírito Santo, explicaram meteorologistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).