As autoridades atualizaram nesta sexta-feira (1) para 115 o balanço de mortos após o rompimento de uma barragem de resíduos de mineração da empresa Vale em Brumadinho (MG), há uma semana.

Temos neste momento “248 desaparecidos, 115 mortos e 71 corpos identificados”, informou o tenente-coronel da Defesa Civil de Minas Gerais Flávio Godinho, que coordena os resgates.

As emissoras de TV locais divulgaram nesta sexta-feira uma chocante série de vídeos de câmeras de segurança que mostram o momento exato do rompimento da barragem e a tsunami de lama que desce a toda velocidade, varrendo a vegetação e as instalações da mina de Córrego do Feijão.

Os vídeos estão em poder dos socorristas – policiais e bombeiros – desde o dia da tragédia, afirmou o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, mas os militares decidiram não divulgá-los para não provocar pânico na população nas horas que se seguiram à tragédia.

As imagens serviram aos profissionais para analisar o trajeto dos resíduos e determinar melhor as áreas de busca. No começo do vazamento, a maré de lama pode ter alcançado uma velocidade de 70 a 80 km/h, segundo Aihara.

A tragédia deixou de luto Brumadinho, pequena cidade de 39.000 habitantes a 60 km de Belo Horizonte.

A maioria dos mortos e desaparecidos trabalhavam na mina da Vale e muitos deles estavam almoçando no refeitório da empresa, uma das primeiras estruturas atingidas pela enxurrada.

Apesar do grande número de desaparecidos, espera-se que o número de mortos confirmados permaneça estável nos próximos dias – ou aumente de forma muito gradual – devido à dificuldade de acesso aos corpos, o que exige, segundo o tenente Aihara, trabalhos mais delicados de escavação.

As buscas vão continuar por tempo indeterminado, acrescentou.

A tragédia, cujos impactos ambientais ainda são desconhecidos, ocorre três anos depois do rompimento de outra barragem de rejeitos na mesma região em uma mina da Samarco (joint-venture da Vale e a australiana BHP).

O desastre que afetou em 2015 a cidade de Mariana deixou 19 mortos e devastou ecossistemas inteiros, tornando-se o pior desastre ambiental da história do Brasil.