Hélio Castroneves vai tentar de novo. Dono de três vitórias nas 500 Milhas de Indianápolis, o brasileiro buscará neste domingo, a partir das 13 horas (de Brasília), entrar em um seletíssimo grupo de pilotos que já triunfaram quatro vezes no mais famoso circuito oval do mundo. Mas agora a investida do piloto da Penske se dá em um contexto bem diferente ao das corridas anteriores.

Apenas os norte-americanos A.J. Foyt, Al Unser Sr. e Rick Mears celebraram quatro vitórias nas 500 Milhas. Helinho, por sua vez, triunfou em 2001, 2002 e 2009, ficando a um passo de igualar essas lendas do automobilismo. A nova oportunidade, neste domingo, será a nona consecutiva, mas a primeira em que Helinho não é mais um piloto regular e titular da Penske, equipe pela qual compete em Indianápolis desde 2001.

A temporada de 2017 foi a última de Helinho na Fórmula Indy, sendo que a partir deste ano ele passou a competir pela Acura Penske na SportsCar, o principal campeonato norte-americano de Endurance. Mas foi escalado para compor um quarteto de pilotos da Penske nas 500 Milhas. E o desempenho nos treinos mostrou que ele não perdeu a sinergia com Indianápolis.

Afinal, Helinho liderou o primeiro dia da sessão de classificação. E no “Fast Nine”, no último domingo, garantiu o oitavo lugar no grid. Para isso, pesou toda a experiência do brasileiro no oval, a competitividade do carro da Penske, mas também a sua participação na prova anterior da Fórmula Indy, no circuito misto de Indianápolis. Mais do que pelo sexto lugar, a corrida disputada no último dia 12 serviu para adaptar o brasileiro a um chassi que passou por mudanças de 2017 para esta temporada.

“Foi importante pelo ritmo de corrida, entrosamento com os mecânicos, com o estrategista e o engenheiro. Estou mais familiarizado com o equipamento, embora não seja a mesma coisa de participar do campeonato, porque você aprende como o carro funciona em situações adversas. Todos os momentos em que vou para a pista estou aprendendo um pouco”, afirmou Helinho, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

E a evolução a cada treino é o estímulo para o brasileiro acreditar na vitória, assim como o desempenho da Penske, que colocou seus outros três pilotos entre os quatro primeiros do grid – Simon Pagenaud, Will Power e Josef Newgarden -, ainda que a pole position tenha ficado com Ed Carpenter, que dá nome à sua equipe e largará do primeiro lugar em Indianápolis pela terceira vez na sua carreira, mas que nunca foi além da quinta posição na corrida. “A Penske não pode ser nunca descartada, com quatro carros e o equipamento que tem”, comentou Helinho.

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Assim, a expectativa é de superar o desempenho de 2014 e 2017, anos em que Helinho foi o segundo colocado nas 500 Milhas, deixando escapar a quarta vitória. “Já sei o que fazer, é tentar repetir. Bateu na trave algumas vezes. Tudo tem que estar no lugar certo para vencer”, acrescentou o piloto da Penske.

Além de Helinho, o automobilismo brasileiro estará representado por outros dois pilotos na 102.ª edição das 500 Milhas de Indianápolis: Tony Kanaan e Matheus Leist. Separados por 24 anos – Kanaan tem 43 e Leist, 19 -, eles são companheiros na A.J. Foyt. “O Matheus vai aprender muito com o Tony”, previu Helinho.

Eles foram os pilotos mais rápidos entre os que não se classificaram ao “Fast Nine”, o que fará Tony Kanaan largar da 10.ª colocação, uma à frente de Matheus Leist neste domingo. E possuem bom retrospecto recente em Indianápolis, pois o veterano foi o último brasileiro a vencer a prova, em 2013, enquanto Leist ganhou a corrida de 100 milhas da Indy Lights no mítico circuito no ano passado.

E a prova deste domingo representará a despedida das pistas de Danica Patrick, única piloto a vencer uma etapa da Fórmula Indy e que largará da nona colocação, atraindo muitas atenções, assim como o japonês Takuma Sato, que ganhou a prova em 2017, mas conseguiu um modesto 16.º lugar no grid.

Após este domingo, com ou sem vitória, Helinho retomará a sua nova rotina, pois já no final de semana seguinte já terá compromisso em Detroit, com a quinta etapa da temporada da Sports Car. Em parceria com o norte-americano Rick Taylor, ele venceu a quarta etapa entre os protótipos e ocupa o quarto lugar no campeonato, que também conta com outros brasileiros, como Pipo Derani e Felipe Nasr.

“Como somos uma dupla, temos que nos comprometer até na forma como nos sentamos no carro. Ele é mais alto e preciso ficar um pouco desconfortável”, disse o brasileiro, empolgado com a nova experiência. “Corremos com outras categorias ao mesmo tempo e elas são mais lentas, então vira uma confusão”, explicou Helinho, que, aos 43 anos, segue com a motivação em alta. “Espero que o futuro na categoria seja prolongado”, concluiu.


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