O PSDB chegou a ter mais de 100 deputados nos áureos tempos de Fernando Henrique, mas agora tem uma bancada de apenas 13 deputados, além dos 5 do Cidadania, que forma federação com os tucanos. Apesar da crise, o partido ainda tem três governadores (RS, MS e PE) e três senadores. Só em SP, chegou a ter mais de 250 prefeitos, mas houve uma certa debandada para outras legendas após os tucanos não terem reelegido o governador no estado e ter ficado sem candidato a presidente com o impasse em torno da candidatura de João Doria. Agora, no entanto, a sigla está sendo reformulada por uma nova direção que tem o governador Eduardo Leite como presidente e o prefeito de Santo André, Paulo Serra, como tesoureiro nacional. Sangue novo que promete reerguer o tucanato no País.

Planos

Serra diz que o trabalho inicial da nova direção é fazer uma análise sobre os problemas, ouvindo as lideranças. Depois, pretende elaborar um projeto para tirar o País da polarização. “Reposicionaremos o PSDB mostrando que fizemos a estabilidade da moeda, a responsabilidade fiscal, programas de transferência de renda e organização do SUS.”

Oposição

O prefeito de Santo André explica que o PSDB é oposição ao governo Lula, mas, diferente do PT nos tempos de FHC, isso não significa que deixará de votar favoravelmente às pautas que objetivem o crescimento sustentável do País, como a Reforma Tributária e o arcabouço. “Lula tem alguns acertos e muitos erros. Apoiaremos as reformas estruturantes.”

Nem os petistas escapam

Alexandre Padilha, ministro de Relações Institucionais (Crédito:Ton Molina)

Petistas confirmam à ISTOÉ a insatisfação do vice-presidente do partido, Washington Quaquá (RJ), com a atuação de Rui Costa (Casa Civil). O deputado classifica como “tragédia” a relação do ministro com parlamentares. Um deputado do PT diz que enquanto Alexandre Padilha (Relações Institucionais) recebe congressistas e faz promessas pelo governo, Costa não recebe ninguém e não executa os pleitos de Padilha.

 

Retrato falado

Milton Maluhy: “É preciso enfrentar o debate sobre as despesas públicas” (Crédito:Mauro Pimentel / Af)

Milton Maluhy, CEO do Itaú Unibanco, disse em entrevista ao “Estadão” estar animado com o novo arcabouço fiscal e a Reforma Tributária, que criaram um ambiente mais positivo para o País, mas entende que a equipe econômica não pode ter como foco único os gastos do governo. Para ele, é preciso enfrentar o debate sobre as despesas públicas. “A nossa preocupação é a de não entrar em uma agenda muito de curto prazo, com aumento de impostos e de carga tributária”, afirmou.

Lula comemora

O presidente Lula tem demonstrado grande satisfação pelos resultados de seu plano para o carro popular lançado no começo do mês. Com poucos dias de vigência do programa, que oferece descontos para a compra de veículos com preço máximo de R$ 120 mil, os recursos do governo para o setor automobilístico praticamente se exauriram. As revendas estão lotadas de consumidores, ávidos por automóveis com descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil. Assim, o R$ 1,5 bilhão para incentivar as montadoras de veículos melhorou o desempenho do setor, que estava em crise, com pátios cheios e trabalhadores em férias coletivas. Lula quer renovar o projeto. Fernando Haddad é contra.

Contramão

Apesar do sucesso da ideia, economistas entendem que essa não foi a melhor estratégia para estimular a retomada da economia. Acham não ser adequado subsidiar a indústria num momento em que o déficit público deverá superar os R$ 120 bilhões em 2023. Para eles, o governo deveria estimular o carro elétrico.

Reta final

Alexandre de Moraes: pressa (Crédito:Mateus Bonomi)

Alexandre de Moraes (STF) pretende encerrar todos os inquéritos referentes aos atentados antidemocráticos de 8 de janeiro nos próximos 45 dias. A informação foi divulgada por Arthur Maia, presidente da CPMI que investiga os atos golpistas, após um encontro que teve com Moraes para pedir o compartilhamento de provas com os parlamentares da CPMI.

Compartilhamento

Moraes prometeu que depois de encerradas as diligências da PF, todos os dados das investigações serão repassados ao Congresso para a responsabilização política dos invasores das sedes dos Três Poderes. A senadora Eliziane Gama diz que a votação de dezenas de requerimentos fortalece o que fala desde que assumiu a relatoria: “Não há parcialidade”.

Choque no setor de energia

Não convidem para a mesma mesa o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Jean Paul Prates, presidente da Petrobras. O ministro chamou de “negligente” a política para o gás, onde a estatal “reinjeta” 40% do gás produzido em suas plataformas, ao invés de explorá-lo comercialmente. Silveira disse que prefere ver Prates “de cara fechada” desde que “nós logremos êxito”.

Toma lá dá cá
Entrevista com Alexandre Arnone, advogado e empresário do Terceiro Setor

Alexandre Arnone: ideia é cuidar de pessoas em desfalcar o caixa da empresa (Crédito:Divulgação)

Pode explicar seu trabalho na construção de usinas de energia solar?
O projeto prevê a geração de energia limpa com a construção de usinas solares, contribuindo não apenas no campo ambiental, econômico e social, levando vale-desconto na conta de luz e atraindo consumidores comprometidos com o ESG.

Como funciona a operação que se vale de recursos de renúncia fiscal?
O empresário poderá utilizar parte do imposto a recolher para investir em energia limpa por meio de renúncia fiscal.

Tudo isso está dentro do modelo ESG?
Certamente. A ideia é cuidar de pessoas com responsabilidade social por meio da implantação do Fundo Patrimonial Social sem desfalcar o caixa da empresa.

Rápidas

* Com a inelegibilidade de Bolsonaro, aumentará a pressão sobre Tarcísio. É que com o capitão fora do páreo por oito anos, o governador de SP deve ser lançado candidato a presidente, mas tem gente do seu governo, como Kassab, que deseja que ele dispute a reeleição.

* Além de Celso Sabino no Turismo, o poderoso Arthur Lira deve emplacar a nomeação de aliados no Ministério da Saúde. Nísia Trindade pode até não cair, mas Lula vai colocar a turma de Lira em cargos estratégicos.

* A Confederação Nacional do Transporte elogiou a aprovação da MP que determina aos transportadores a contratação do seguro de cargas. Segundo a entidade, a legislação anterior aumentava os valores do frete, que, agora, cairão.

* O prefeito Ricardo Nunes comemora a desistência de Ricardo Salles para enfrentá-lo na disputa pela reeleição e o consequente apoio do PL à sua candidatura, mas, agora, tem que se livrar de Fabio Wajngarten como vice.