Dados divulgados pela SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), na segunda-feira, 29, mostram que o percentual de mortes durante ações da Polícia Militar disparou no primeiro trimestre deste ano. Conforme os números, foram registrados 179 casos nos primeiros três meses de 2024, contra 75 no mesmo período de 2023, representando assim um crescimento de 138%.

Uma possível explicação para esse aumento durante confrontos policiais é a Operação Verão, deflagrada pela Polícia Militar na Baixada Santista em dezembro de 2023, após a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo, e finalizada no dia 1° de abril, com o total de 56 mortes.

Essa ação da Polícia Militar é considerada a segunda mais letal, atrás apenas do massacre do Carandiru, quando 111 homens foram mortos durante a invasão da Casa de Detenção no dia 2 de outubro de 1992.

Questionada pela ISTOÉ sobre esses dados, a SSP-SP informou por meio de nota que há investimento na capacitação dos policiais, na aquisição de equipamento de menor potencial ofensivo e na implementação de políticas visando à redução da letalidade policial.

O portal também procurou o Governo de São Paulo para comentar o caso, mas não obteve resposta até o momento. O espaço segue aberto.

Leia a íntegra da nota da SSP

A Secretaria de Segurança Pública mantém investimento contínuo na capacitação dos policiais, na aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo e na implementação de políticas públicas visando à redução da letalidade policial. Os programas de formação para o efetivo são constantemente atualizados, e comissões especializadas são designadas para analisar e aprimorar os procedimentos, bem como revisar os treinamentos e a estrutura das investigações.

As forças de segurança do Estado são instituições legalistas que operam estritamente dentro de seu dever constitucional, seguindo protocolos operacionais rigorosos. As Mortes Decorrentes de Intervenção Policial (MDIP) são consequência da reação de criminosos contra a ação policial. É importante ressaltar que a decisão pelo confronto parte sempre do suspeito, colocando em risco tanto a vida dos policiais quanto a da população em geral.

Todas as ocorrências são rigorosamente investigadas pelas polícias Civil e Militar, com o acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário. As Corregedorias também estão à disposição para apurar qualquer denúncia contra seus agentes.