É uma ideia fixa do secretário da Receita, Marcos Cintra, reeditar a famigerada CPMF, também conhecida como o imposto do cheque, na reforma tributária que começa a ser discutida. Cintra sonha com uma alíquota indecente da ordem de 2% sobre as transações financeiras – no imposto que agora receberia a alcunha de CP. Apesar de todos os esforços para revesti-la com uma roupagem diferente, trata-se de uma variação abusiva da velha CPMF, com todos os efeitos nocivos, como o da cobrança em cascata sobre as diversas etapas da produção. Uma muralha de resistentes a ideia já está formada e começa pelo próprio presidente Bolsonaro que, desde a campanha eleitoral, garantiu que não reeditaria o maldito imposto do cheque. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também assegurou hoje que não há a menor chance da Casa analisar qualquer proposta dessa natureza. Além do Executivo e do Legislativo, mesmo no Judiciário os pareceres são contrários a proposta. Em outras palavras, são remotas, se não nulas, as chances dela vingar.