Em diversos estados dos EUA, 99,5% das mortes por Covid-19 ocorreram entre pessoas que não estavam vacinadas. Esse dado preliminar do Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano é conclusivo. O percentual deveria ser colocado em todos os lugares públicos do mundo como uma peça publicitária. Seria uma forma definitiva para mostrar, de uma vez por todas, que a única forma que a humanidade tem para se ver livre da pandemia é com a vacinação em massa.

Após a alvissareira derrocada de Donald Trump, os EUA aceleraram a vacinação de sua população, reuniram esforços para que mais pessoas fossem testadas e o presidente Biden resolveu colocar mais dinheiro na economia e socorrer os mais fragilizados. E está sendo assim que o país mais atingido pelo novo coronavírus está superando a pandemia. Entretanto, há um fator complicador. Quanto mais o vírus circula, mais ele se modifica.

A variante delta, surgida na Índia, é mais transmissível do que a cepa que apareceu em Wuhan, na China. A preocupação é crescente. Tanto é assim que o primeiro-ministro japonês, Yoshilde Suga, declarou estado de emergência e os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio vão barrar os espectadores para a doença não se espalhar com a realização do maior evento esportivo do planeta.

Um pequeno alívio nesse cenário vem do Instituto Pasteur, de Paris. Trata-se de um estudo publicado pela revista científica Nature, que demonstrou que pessoas totalmente vacinadas com duas injeções da vacina Pfizer ou AstraZeneca devem manter significativa proteção contra a variante delta. Novas pesquisas sobre os outros imunizantes devem ser publicadas em breve.

Mas o mais importante é que em todos os sérios trabalhos científicos a palavra de ordem é a mesma: é indispensável se tomar a vacina contra o Sars-Cov-2. Como acontece nos EUA, boa parte dos países despertaram para necessidade imperiosa da vacinação. Já o Brasil, do negacionista Bolsonaro, é um ponto fora da curva. Por aqui, a vacinação virou sinônimo de corrupção e a imunização não é incentivada pelo presidente.