Slut-shaming: Especialista explica condição após desabafo de Luana Piovani

Slut-shaming: Especialista explica condição após desabafo de Luana Piovani

Há poucos dias, Luana Piovani publicou um vídeo explicando que seu ex-marido,
Pedro Scooby, abriu um processo contra ela, em Portugal, com a intenção de “calar” suas reclamações.

Ao ver o processo, ela diz ter encontrado “nudes” anexados. “Não estava entendendo o que as minhas fotos nua têm a ver com o fato de ele querer que eu me cale”, desabafou.

Ele nega, no entanto, e diz “que tem é um print do perfil dela só para mostrar que ela se contradiz”.

“Ela mesma julgava outras mulheres. E, aí,  ela se contradiz, porque ela também faz coisas sensuais, mas não que seja errado”, defendeu-se Scooby.

Segundo o psicólogo Alexander Bez, a condição de Luana nesse processo pode ser de slut-shaming, expressão de conotação pejorativa de uma agressão “com a nítida intenção consciente de provocar um desconforto nas mulheres”, revelando uma acepção extremamente misógina e, quando proferida por homens, machista.

“Vale ressaltar que o machismo não tem relação com a masculinidade (sendo essa normal). Ao chamar uma mulher de slut-shaming, o propósito é indicar que ela é uma vadia ou prostituta, humilhando-a por sua sexualidade, prática ou comportamento sexual, contendo raiva, ódio e desprezo na afirmação”, pontua Alexander.

Entretanto, esses sentimentos negativos que ofendem as mulheres não são particularidades masculinas, já que muitas mulheres também ofendem outras, evidenciando que não é apenas uma exclusividade masculina de agressão, mas também de interlocutoras femininas agredindo o próprio gênero.

“O visual vulgar e uma associação à promiscuidade são os fatores que mais impulsionam as mulheres a agredir outras mulheres, como no caso de Luana. Para os homens, é a certeza de um sexo fácil com uma mulher”, continua. “Outras mulheres, que não se vestem da mesma maneira, acham-se superiores, por não serem slut-shaming, por ‘não serem fáceis'”, exemplifica.

“Essas interpretações podem ser equivocadas, principalmente, porque há mulheres que gostam de ter um visual diferente sem ter uma vivência promíscua”, finaliza o especialista.