Situação financeira do Barcelona é “dramática”, lamenta presidente do clube

AFP
Juan Laporta, presidente do Barcelona Foto: AFP

Mais de um bilhão de euros de dívidas, uma folha salarial ainda gigantesca, o balanço no vermelho… o presidente do Barcelona, Joan Laporta, enumerou nesta segunda-feira os números preocupantes da crise que afoga o clube catalão, uma situação tão complicada que o levou a perder o ídolo máximo Lionel Messi.

“A herança que recebemos é desastrosa, muito preocupante. Do ponto de vista da situação financeira, dramática”, lamentou Laporta em coletiva de imprensa em que esmiuçou as contas do clube durante duas horas.

Os números, segundo ele, não têm discussão: o Barça tem uma dívida de 1,35 bilhões de euros, uma folha salarial de 617 milhões de euros, “entre 25% e 30% mais que os nossos concorrentes”, e o seu patrimônio líquido apresenta um vermelho de 451 milhões de euros, listou o presidente do Barcelona no mesmo auditório do Camp Nou onde apareceu há dez dias para explicar o adeus inesperado de Messi.

“Agora ganhamos fôlego para um ano e meio, mas acho que em alguns anos a economia do clube estará saudável”, acrescentou ele, com um tom mais otimista do que naquele dia.

Sobre a saída do craque argentino para o Paris Saint-Germain, Laporta mais uma vez garantiu que havia feito “todo o possível dentro das possibilidades financeiras do clube”, e confessou que as imagens da apresentação do astro em Paris, despertaram nele sentimentos “muito contraditórios”.

“Teria preferido vê-lo no Barça, continuando, mas insisto: estou convencido de que tomamos a decisão certa porque a instituição está acima de tudo”, reiterou Laporta. “Teríamos colocado tudo muito em risco, da maneira como as coisas estavam se desenrolando”, acrescentou.

“Gosto de vê-lo feliz, ele merece assim como toda a sua família e seu entorno. Agora, talvez sejamos rivais e como rivais nós também teremos que nos colocar”, disse sobre o carinho que continua tendo pelo atacante, que passou mais de duas décadas no clube.

“Em negociações que ambos esperávamos que rendessem frutos como tínhamos planejado, [no final] não deu certo. E há uma decepção mútua, é compreensível. Não conseguimos que acabasse como queríamos. Pessoalmente, continuo a ter por ele a mesma estima que tinha”, contou o dirigente.

Boa parte da sua presença foi, no entanto, dedicada a refutar a carta que lhe foi enviada sexta-feira pelo ex-presidente do Barça, Josep Maria Bartomeu, à qual qualificou de “cheia de mentiras”. O ex-dirigente do clube, abertamente inimigo de Laporta, enviou-lhe uma carta com dez pontos em que criticava as ações da atual diretoria e se defendia das críticas recebidas.

 

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