Foi encontrado um sistema estelar distante com 6 planetas que se movem em órbitas “matematicamente perfeitas”. Esta descoberta deu início a uma procura de possíveis assinaturas tecnológicas alienígenas. O caso está deixando os pesquisadores intrigados com o que descobriram.

No final do ano passado, os astrônomos descobriram um sistema estelar fascinante a apenas 100 anos-luz de distância de nós. Contudo, os seis planetas, chamados de sub-Netuno, circulam muito perto da sua estrela hospedeira em órbitas matematicamente perfeitas, despertando o interesse dos cientistas. Tal perfeição intrigou os pesquisadores e os levou a procurar tecnologia extraterrestre, ou tecnoassinaturas, que, segundo eles, constituiriam provas convincentes de vida avançada fora da Terra.

Na verdade, não foram encontradas tais provas no sistema, apelidado de HD 110067. No entanto, os pesquisadores dizem que ainda não acabaram de procurar. O HD 11067 continua a ser um alvo interessante para observações semelhantes no futuro.

Conforme refere a LiveScience, na nossa pequena bolsa do cosmos, as ondas de rádio dos satélites e dos telescópios são emitidas no plano do nosso sistema solar. Isto quer dizer que se alguém fora do nosso sistema solar observasse a Terra a atravessar a face do nosso Sol, talvez conseguisse captar um sinal que coincidisse com o trânsito do planeta.

“O HD 110067 é visto da Terra de lado, por isso vemos os seis planetas no plano do seu sistema – uma visão que nos dá uma excelente hipótese de captar esse sinal, se existir. A nossa tecnologia no nosso sistema solar se espalhoue para fora da zona habitável. Portanto, uma civilização amiga da tecnologia em HD 110067, se houver, pode ter retransmissores de comunicação estabelecidos em vários planetas do sistema. Mesmo que o resultado seja negativo, isso nos diz alguma coisa”, disse o coautor do estudo Steve Croft, um radioastrônomo que trabalha com o programa Breakthrough Listen da Universidade da Califórnia, em Berkeley à Space.com.

Tecnoassinaturas podem indiciar civilizações avançadas

Quando a descoberta do HD 110067 foi anunciada, Croft e a sua equipa usaram o maior telescópio totalmente orientável do mundo, o Green Bank Telescope (GBT) na Virgínia Ocidental, e procuraram no sistema sinais de tecnologia alienígena.

Os pesquisadores procuraram sinais que estivessem continuamente presentes quando o telescópio estava apontado para o sistema e ausentes quando era afastado, uma espécie de santo Graal das tecnoassinaturas locais do HD 110067.

Mas tais sinais são difíceis de distinguir das fontes naturais de ondas de rádio e dos próprios sinais tecnológicos da humanidade, como as ondas de rádio emitidas por telemóveis ligados a Wi-Fi, a rede de satélites Starlink da SpaceX na órbita baixa da Terra. Conforme refere o investigador, isto cria um palheiro de sinais no qual os investigadores procuram uma agulha de um potencial sinal extraterrestre.

Apesar desta falta de conhecimento suficiente sobre o aspeto da tecnologia alienígena, a equipa utilizou algumas técnicas para garantir que um sinal detetado não é uma interferência local.

Há muito que os cientistas procuram vida fora do nosso sistema solar, na esperança de conhecer o nosso lugar no universo, tentando responder a uma questão que tem sido ponderada há milhares de anos: “Estamos sós?”