Cerca de 300 pessoas foram identificadas como suspeitas em um massacre da minoria alauíta da Síria em março, que causou 1.426 mortes, informou uma comissão de investigação nesta terça-feira (22).
“A comissão identificou 298 pessoas envolvidas em atos de violência”, disse o porta-voz Yaser al-Farhan em uma coletiva de imprensa em Damasco.
A comissão constatou “graves violações contra civis nos dias 7, 8 e 9 de março, incluindo assassinatos premeditados, saques, destruição e incêndio de casas, tortura e insultos confessionais”.
Também foram confirmados os nomes de 1.426 pessoas mortas no surto de violência, incluindo 90 mulheres. A maioria era de civis pertencentes à comunidade alauíta na região costeira.
O novo poder sírio de base islamista acusou os partidários armados do presidente alauíta deposto Bashar al-Assad de iniciar esse ciclo de violência atacando as forças de segurança, que lançaram uma contraofensiva.
De acordo com a comissão, 238 membros das forças de segurança e do exército foram mortos nesses atos de violência.
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), essas forças, apoiadas por grupos paramilitares, realizaram massacres e execuções, deixando quase 1.700 civis, principalmente alauítas, mortos.
As ONGs sírias e internacionais relataram massacres sectários, alegando que famílias inteiras foram mortas. Alguns combatentes filmaram a si mesmos executando civis à queima-roupa depois de insultá-los e agredi-los.
A comissão de investigação foi criada em 9 de março por Ahmed al Sharaa, presidente interino e jihadista quando jovem no Iraque e na Síria.
A divulgação das descobertas ocorre poucos dias depois de outro surto de violência, dessa vez na parte sul do país, na província de Sweida, um reduto da minoria drusa.
O OSDH afirmou que mais de 1.200 pessoas foram mortas em uma semana a partir de 13 de julho, a maioria membros da comunidade drusa.
Os acontecimentos em Sweida e na região costeira, um feudo dos alauítas, levantaram dúvidas sobre a capacidade do novo poder de unir um país muito diversificado, devastado por 14 anos de guerra civil.
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